FARAÓS DO ACRE PROTEGEM PIRÂMIDES TelexFREE

FARAÓS DO ACRE PROTEGEM PIRÂMIDES TelexFREE

(Hellyo Zanny de Myranda Kosta Werneck) 26/06/2013

No início da segunda década do século XXI surge, no Brasil, uma curiosa e assombrosa perspectiva de acumular riqueza iniciando do nada. Alguns acreditavam ser um grande milagre dos Deuses do império virtual, assim sentiam-lhes um tipo de virtude e se confortavam com a promessa de ganho extraordinário. Outros, aqueles que não são religiosos acreditavam ser as pirâmides um poder sobrenatural vindo dos astros, e se materializavam a riqueza abstrata mentalmente.

O certo é, que, independentemente de crença ou crédulo o povo foi entrando nessas construções misteriosas conhecidas por pirâmides. Uns entravam sabendo para que estavam entrando, e outros entravam porque eram convidados e convencidos a entrarem. Quem já estava dentro dizia apenas ser muito bom, e quem estava de fora, via a satisfação de quem estava dentro e mesmo duvidando acabava entrando também.

Trata-se de obras de origem duvidosas sem uma engenharia que justifique sua finalidade. Sabe-se apenas que pertencem aos Faraós. Estes se incumbem de diuturnamente divulgarem a satisfação e empolgação pela construção dessas mansões monstruosas e inéditas induzindo-se assim aos que ficam na dúvida sobre entrar ou não nesses prédios clandestinos. A dúvida advém da insegurança pela aparência ameaçadora que a obra apresenta. No entanto, mesmo possuídos de tanto temor e incerteza, horas após horas, leigos e doutos se fundem adentrando nesses casarões assombrados pela escuridão.

É como se estivesse encontrado uma entrada triunfal para um lugar tão sublime e perenal. Os Faraós se ocupam o tempo todo de anunciar ao povo de fora divulgando a grandeza da preciosidade experimentada pelo povo lá de dentro. O mais curioso é que, ninguém tem uma explicação exata sobre o que mesmo acontece lá dentro de tão interessante e compensativo assim, no entanto, mesmo diante de tantas perguntas sem respostas, a multidão de fora, cega pela ganância de experimentar o prometido prazer sem igual, despreza à luz e se atira desorientadamente entre homens e mulheres tumultuados sem nenhuma organização.

Se os novos integrantes se indagam aos veteranos sobre a vantagem por eles já experimentada tentando se informar de como alcançar também o mesmo gozo, ficam perplexos ao ouvirem simplesmente a frase articulada de que “o negócio é muito bom mesmo” e que para melhorar, basta acreditar e sair à porta com os Faraós, divulgar o sonho de modo tal que convença aos de fora a acreditarem que se entrarem, verão lá dentro a fantástica realidade, e desse modo tornar-se-á também um Faraó com os mesmos privilégios dos antigos, ser irmãos, ser amigos, e firmar um pacto de não mais afastar-se desse misterioso abrigo.

Ocorre que, como nada vêm de graça, os interessados em adquirir o passaporte para a entrada nas pirâmides das riquezas virtuais, são seduzidos a desembolsar certa quantia de reais que, após ser convertidos em dólares, seguem destino ao paraíso fiscal dos Deuses TelexFREE’s em outro continente americano, qual seja, a América do Norte, mais precisamente, United American States, que por incrível que pareça, não tem volta.

Diversos órgãos, responsáveis pela garantia de Paz e JUSTIÇA no Brasil, através de seus fiéis e corajosos representantes legais, com atribuições e competências para fazer valer as leis que previnem contra atos que possam atentar ou abalar e desestabilizar a Economia do País, se reuniram formando um batalhão e deflagraram uma poderosa operação chamada “CAÇADA AOS FARAÓS DAS PIRÂMIDES TelexFREE’S”, e iniciaram a missão no Estado do Acre, seguindo por outros Estados do Brasil e exteriores, combatendo fortemente, perseguindo e prendendo Faraós e demolindo suas Pirâmides.

Diante dessa grande batalha, realizada em prol dos oprimidos e explorados, seduzidos e roubados, que despertou os sonhadores para a realidade, deixando Faraós e seguidores sem teto, nasceu uma revolta dos combatidos tentando reverter a situação, ameaçando e atacando o Governador do Acre, bem como a Justiça Acreana, culpando-os de serem os principais responsáveis pelos prejuízos sofridos em razão da queda do Império Virtual que fora construído com as economias e dívidas dos Faraózinhos divulgadores e investidores, bem como de todos os membros e patrocinadores.

Infelizmente e lamentável, esse é o fim de todo movimento dessa natureza onde se investe o concreto em troca do abstrato. O amigo leva outro amigo, leva o vizinho, leva o parente, e todos atrelados pela mesma corrente, agora se reúne tanta gente para chorar a realidade de um sonho que um dia os fez contentes.

Essa é mais uma história que comove e faz a gente sentir dó, desse povo humilde e humilhado pelo desengano do sonho de um dia se tornar Faraó, agora vive fazendo reclamações, pois onde se via as Pirâmides dos Faraós, agora pelas ruínas faz lembrar-se das “Pirâmides de Lamentações”.

Léo Nardo WebSniper Music
Enviado por Léo Nardo WebSniper Music em 26/06/2013
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