Ninguém escapa de uma boa prosa

A prosa é a forma comum das pessoas em comunicação, pode ser oral (conversa) ou escrita. Em um texto em prosa, as metáforas são exploradas com parcimônia, visando criar uma imagem objetiva e concreta da realidade. O que não é regra geral, pois há poemas em prosa ou prosa poética. Os principais gêneros de prosa são a carta, a crônica, o conto, o ensaio, a novela o romance e o jornalismo. Aristóteles já observava, em sua "Poética", que nem todo texto escrito em verso é poesia; na época era comum se usar os versos até em textos de natureza científica ou filosófica, que nada tinham a ver com poesia. Da mesma forma, nem tudo que é escrito em forma de prosa tem conteúdo de prosa. Porém, a essência da prosa literária está nas prosas de ficção: o conto, a novela e o romance.

O conto é uma história curta (short story), construído geralmente com um único conflito ou golpe do destino a envolver poucas personagens. Já a novela apresenta diversos núcleos dramáticos e, por isso, em geral, é menor que o romance e bem maior que o conto. Cartas entre personagens como Carlos Drummond de Andrade e Mario de Andrade são de grande importância. Às vezes os gêneros misturam-se, como é o caso do romance epistolar, no qual a aventura é contada em troca de cartas ou mesmo cartas sem resposta como Cartas a meu pai, de Kafka. O ensaio se presta a análise de um assunto (ensaios sobre o eu ou ensaios sobre algo) foi inventado pelo francês Montaigne e hoje é largamente difundido em meios acadêmicos, não tem finalidade de esgotar o assunto. José Saramago, por exemplo, escreveu o livro Ensaio sobre a cegueira, que na realidade é um romance! Usou o conceito para ampliar a arte.

No Brasil um dos precursores do jornalismo literário foi Rubem Braga, cronista de grande talento, capaz de narrar o fato e o ato em prosa poética, assim mesmo o tempo (cronos) antes tratado em prosa apenas como registro do fato se elevou à literatura. Antes dele Machado de Assis e Lima Barreta também escreveram muitas crônicas.Posto o quê, concluímos que os gêneros de prosa não mais se subdividem em departamentos estanques, o que é uma característica da pós-modernidade.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 26/11/2013
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