DO POEMETO CONTEMPORÂNEO

Extrema síntese da forma poética, o poemeto apresenta a economia de signos, de palavras. Pleno de sugestionalidade, de transcendência, tem de explodir no 'alumbramento' de que falava Manuel Bandeira. A maioria desses espécimes é quase todo prevalente em metáforas, buscando o neo-simbolismo. Ou seja, a desconjunção formal do esquema clássico. Algo como foi o dadaísmo, na pintura, sob as bênçãos de Picasso. Eu me atreveria a dizer que, num bom poemeto, quase tudo é metapoesia, ou seja, poesia sobre poesia, buscando a transcendência através da imagética. Nele e por ele, o espiritual urde sua específica linguagem. Urgentíssima silhueta da contemporaneidade. Um animalzinho de raça que sempre come ração de domingo. E como sabe chamar a atenção sobre a sua exótica natureza...

– Do livro A URGÊNCIA ESSENCIAL, 2013.

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