O Poeta em Tercetos
Poetas se elevam do chão como palmeiras
Parecem que sonharam a vida inteira
E despertaram lúcidos cantando às estrelas
O poeta não vive só de paixões
Mas também de desilusões
Bebe, chora, canta e embriaga corações
Poetas revelam suas fragilidades
Pela descrição do amor que escrevem
Desenhando suas particularidades
Poeta é um sofredor, que desmaia em palavras
Poeta, grande sonhador, que lamenta suas mágoas
Poeta, meu senhor, é o que versa as estradas árduas
Poeta se lamenta em desespero
Corre o mundo com o seu pincel matreiro
E lança-se com todo afã em seu punho aventureiro
Muitos poetas compõem versos junto ao cinzeiro
E outros tantos têm vinho por companhia
Poetas encostam sua nostalgia no travesseiro
Nem todos os poetas dormem, porque escrevem na madrugada
De tanto sonhar a sua alma ficou enamorada
Por quem e para quem criam a poesia tão caprichada?
O poeta olha o céu à noite e a lua, então, lhe diz:
Caro poeta, vou te confessar, ainda sonhas acordado
Mesmo que não estejas apaixonado, é o versar que te faz feliz!