Ao cinema

Nunca fomos ao cinema,

falo de mim e Francine,

de tranquilo caiu o trema,

nós agora iremos ao cine;

só não prometo atenção

à tela ou ao bom filme,

se for boba a minha mão,

ter mão boba não é crime;

faz tempo que não a vejo,

saudade é uma eternidade,

mas guardo ainda do beijo

em nós a mútua vontade;

Francine mora lá em belém,

eu cá na região sudeste,

foi pouco ainda meu bem

o amor que tu me deste;

mas no pouco há fermento,

de muito inefável afeto,

logo, logo, é bem perto

de chegar nosso momento;

o cinema apenas é rima

com vazia sessão da tarde,

quando em beijo ainda esgrima

língua com língua que arde;

e assim que o filme acabar,

não terminaram os atores,

se for para mais amar,

ainda irei aonde fores;

Francine, Francine, Francine,

quem vai a Belém sou eu,

e quero que me fascine

ficar sem você me doeu...

mas saudade nunca mata,

quando o tempo é um detalhe,

o detalhe é que me mata,

sei que fiz em ti entalhe;

também marca em mim ficou,

de batom e de carinho,

agora sou eu, eu sou

quem volta ao seu caminho;

até breve eternidade,

meu tempo está no futuro,

vou matar essa saudade,

no cinema bem no escuro...

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 25/09/2010
Reeditado em 22/02/2017
Código do texto: T2519130
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