DO CAOS E CRIAÇÃO

Escritor em formação! Vence o inicial encantamento e/ou o temor da palavra lavrada e reescreve as ideias, alinhando-as dentro do assunto ou conteúdo.

Desafia tua memória, reescreve várias vezes o que proveio da "condenação ao pensar". Rasgarás muitas laudas (de exercício) até chegar a um formato escritural que te satisfaça. Então terás o primeiro projeto ou versão nascido de tua ideação e gozo viscerais.

Tudo, anteriormente, era apenas garatuja, vale dizer, lamparinas bruxuleantes a caminho de existirem, fruto da intuição, talento, perseverança e muitos ajustes estéticos, a tal ponto de parecerem sempre genuínos ou originais. Assim se dá, em regra, na Prosa.

Já na Poesia, subjaz uma forte centelha da emocionalidade. E este vetor irradiador surpreende o "condenado ao verso" pelo rebuliço que provoca, visceralmente, na anima do ser.

Em Poesia, o caos é predominante. É neste cadinho tormentoso das emoções que as ideias se retorcem procurando dar voz e entendimento através da palavra, dos signos passíveis de serem reconhecidos pelo poeta-leitor.

Por esta razão contextual é que não reconheço a tal "literatura de autoajuda".

Primeiramente porque esta racionalidade assim nascida não será, a rigor, literatura, porém servirá brevemente como "ajuda ou auxilio" para objetivas decisões pessoais.

Por último e derradeiro, como se falar em autoajuda, se literatura é sempre o caos remanescente da autodestruição?

MONCKS, Joaquim. O CAOS MORDE A PALAVRA. Obra inédita em livro solo, 2022.

https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/preview.php?idt=7630719