CARTA A BOB
Lídia Albuquerque
Rio de Janeiro 2011




ALBUQUERQUE. Lídia
8 páginas – Rio de Janeiro, Janeiro de 2011.
Carta a Bob
H.P. Comunicação Associados ISBN 7576
Literatura brasileira CDD 869B
Literatura infantil e juvenil em português CDD 869.8


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Ilustrador:Willy


Editor: Paulo França


Rio de Janeiro, janeiro de 2011


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Oi, amigo!! Como vai? Tudo bem por aí? Há tanto tempo que não recebo notícias suas nem de Aymeé! Dia desses eu pensava em vocês, com sua vidinha boa aí, sem os perigos que temos aqui, na cidade grande.


Espero que você esteja bem de saúde, pois eu não estou. Sinto dores nas articulações, quase não ando na rua e os meus donos me levam sempre ao veterinário. O doutor tirou de mim um caroço pequeno e depois tive que ficar fazendo um tratamento que os homens chamam de quimioterapia. Não entendo nada disso, claro, mas ouvi falarem que eu estava com um troço chamado câncer. Parece que não estou mais. Era o tal caroço. Acontece que passei a ficar de mau humor e nem quero ficar brincando com ninguém.


Carlos, meu dono, e Carola, a mulher dele, me chamam de filho. Fico todo bobo! Eles me adoram! E olha que aqui tem mais um monte de cachorro! Todos muito bem tratados! Eu e Karol temos filhos, e Mariazinha, mãe de Carla e nossa avó, nos mima mais ainda do que Carlos e Carla. Faz nossas caminhadas, nos veste roupas, por causa do frio, dá remédios, comida boa o tempo inteiro... Todas as casas que têm animais deviam ser como aqui.


Me fale de sua irmã, Aymeé. Ela é uma figuraça, muito charmosa e linda! Ah, se eu não fosse casado... Brincadeirinha, adoro minha Karol. Sua irmã sai mesmo pra comprar churrasco numa barraca, levando dinheiro numa bolsinha?! Que chique, hein?! Ela vai sozinha? A barraca do churrasco é longe da casa de vocês? Karol está me pedindo para lhe perguntar sobre as roupas que Aymeé usa. E sobre o penteado, se mudou, se tem ido ao cabeleireiro... Estou dizendo a Karol que essas coisas ela deve perguntar direto a Aymeé, pois minha carta é para tratar de assuntos de “homem”.

É amigo, quando se está doente seja humano ou bicho, a coisa fica feia. Os gemidos de dor incomodam, reclamam de ter de dar remédio e comida na boca, falam das despesas. O engraçado é que ninguém fica doente porque quer e muitas vezes ficamos doentes por causa das coisas erradas que os humanos dão pra gente comer! É mole, isso?!

Bob, estou passando por uma fase de saúde horrível. Karol também. Sabia que somos como os humanos? Temos doenças iguais as deles. Só que poucos humanos têm paciência com a gente quando se fica doente. Logo querem se livrar de nós, pois dizem que estamos gastando o dinheiro deles! Esquecem que somos nós que ficamos de guarda, mesmo doentes, dando alerta quando alguém se aproxima da casa. Esquecem das festinhas que fazemos quando nossos donos chegam. Esquecem que não deixamos ratos fazer bagunça na casa.

Mas aqui em casa, não. Carlos, Carla e Mariazinha nos tratam super bem e somos muito felizes, com todo o cuidado e conforto. Até as visitas nos fazem carinhos.


Amigo, Estou fazendo Acupuntura! Tem uma dona que espeta umas agulhas em mim e na Karol. Dói um pouco, mas faz a gente melhorar depois. Eu e Karolzinha agora tomamos banho de sol e estamos nos sentindo bem melhor.


E vocês, tomam banho de sol aí? Aqui não tem piscina, mas recebemos um mar de amor e carinho.


Bom, vou terminando por aqui, Vê se me escreve dando notícias suas e de Dagoberto e de Vivi também. Eles são bons com vocês, não são?

Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 09/02/2011
Código do texto: T2780815
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