NOITE DE PRAZER

 
Durval Carvalhal




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          É gostoso ir ao teatro e escolher uma poltrona bem situada para, antes de se apagarem as luzes, observar os movimentos e os comportamentos das pessoas.

          Observar as mulheres bem vestidas, com seus sapatos bem desenhados, de saltos médio ou alto; com suas túnicas, suas pantalonas; seus vestidos longos, cavados e decotados sensualmente em U ou V, vestidos sociais bem detalhados e chamativos, o que agrega maior volume corporal.

          Mulheres com suas blusas de tecidos nobres, blusas de seda, de crepes, de veludo; com suas joias suntuosas de ouro, de pérolas ou de bijuterias finas; com suas bolsas discretas; seus olhares oblíquos, seus penteados esmerados, seus rostinhos faceiros; com seus gestos soberbos de imperatriz, boa postura, corpo e cabeça eretos, formando um visual elegantemente imperial.

          Apagadas as luzes, é hora de saborear um bom espetáculo: apresentação de uma orquestra sinfônica; de uma peça de teatro; de um show musical; de uma ópera, com sua dramática história contada e musicada.

          É hora de encantar-se com o entusiasmo, com o fulgor, com a entrega e com o virtuosismo dos artistas; com a magia e a harmonia do espetáculo; com as mensagens que invadem a alma; e com a aura de alegria que marca o instante.

          Depois, pode-se ir a um bom restaurante comer e bebericar, vendo mais gente com novos movimentos, novos gestos, novos comportamentos, e exultar-se de alegria, como se estivesse à beira do Rio Sena, saboreando a luminosidade da Torre Eiffel.

          E é assim que se pode, também, viver uma gostosa noite harmoniosa, farta de felicidade, plena de satisfação, como prefácio de um belo sono reparador, como se se materializasse “o melhor dos mundos possíveis” de Cândido, de Voltaire.




 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 19/08/2012
Reeditado em 06/11/2016
Código do texto: T3838608
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