A PSEUDO-PANDEMIA

Não sou nenhuma autoridade com formação médica, com especializações nesta ou naquela área do conhecimento científico, para afirmar de forma categórica o que verdadeiramente ocorreu no ano de 2020, e nem político partidário, para ter reservas dialéticas com objetivo de manter prerrogativas ad-aeternun em cargos eletivo ou comissionados. Mas o que observei, nos meses em que a população brasileira sofreu com o terrorismo midiático, foi que em nome de uma tal de “pandemia”, que surgiu na China, com origem nebulosa sobre o que realmente aconteceu na província de Wuhan, naquele país, é que uma histeria de medo, chegando a ter ares de paranoia, pelas descargas irresponsáveis de “desinformações” à população por parte das grandes mídias nacionais, levou muitas pessoas ao cúmulo de fecharem-se dentro de casa e não sair aos seus pátio nem para tomar sol às sós, outros isolaram-se em sítios em zonas rurais, e outros tantos mudaram-se para praias distantes onde o urbanismo ainda nem chegou, pensando que o tal vírus chinês estava rondando a si e suas casas, e que deveriam sumir dos seus habitat diário para não morrer numa sala de Unidade de Tratamento Intensivo - UTI hospitalar.

A valente população brasileira, que mandou seus filhos à Segunda Guerra Mundial e que voltaram cobertos de glórias pela sua bravura, mas que acredita até em Mula-sem-cabeça e Saci-pererê, passou a dar ouvidos aos políticos de plantão que fizeram a festa nos canais de televisão mais badalados, para autopromoção e alimentação de suas ganância pelas verbas federais que poderiam ter em seus cofres. Assim, poderiam gastar como quisessem, sem o obrigatório processo licitatório, para realizar os gastos “necessários” com objetivo de aplacar o sofrimento de suas comunidades, acometidas por problemas graves de saúde, quer em níveis estaduais ou municipais, e que ainda, para agravar mais o sofrimento familiar, as pessoas passaram a perder os seus empregos e suas rendas.

E, a porteira ficou aberta aos políticos, com o beneplácito da justiça tendenciosa, para não dizer ideológica, no momento de grandes dúvidas de todas as pessoas, em relação aos seus futuros, ante às ameaças de mortandade generalizada que se alardeava por todas as fontes de notícias. Confesso que nos primeiros dias também senti medo, mas com o passar dos dias e o andar dos acontecimentos, percebi que tudo o que diziam não eram verdades absolutas, pois as fontes que desfilavam nas telas dos jornais e nas entrevistas coletivas, demonstravam que a situação estava sendo politizada, para proveito de interesses subterrâneos de ideologias político partidárias.

Uma guerra declarada foi realizada entre forças políticas e até científicas que, de um lado defendiam a liberação de determinadas medicações para conter o tal vírus chinês, assim como a economia que não podia parar, sob pena de colapso econômico-social, e de outro lado uma cruzada foi organizada para trancafiar todos dentro de suas casas e abandonarem seus empregos e seus compromissos para não morrerem por falência nos atendimentos médico-hospitalares, tudo por conta das precárias condições estruturais para o enfrentamento da tal “pandemia” causada pelo vírus chinês.

Mas, como em todas as histórias vividas e registradas devem existir dois lados, e por já sabermos que o lado aterrorizante que foi posto pelas forças que disputavam o poder insistiam em o manter assim, procuramos ver um outro prisma que muitas pessoas não viram ou não quiseram ver, ao menos naqueles momentos de terror, com toda a situação posta no mundo e, em particular, no nosso universo chamado Brasil.

Ou seja: o banho de agua fria que restou colocado na vida tumultuada dos tempos contemporâneos que vivemos, cegou-nos das muitas doenças, também perigosíssimas, que acometiam a todos, pelo estresse e pelas disputas por espaços urbanos em todos os níveis que levavam aos mais terríveis desfechos. Portanto, constatamos que o panorama esperado na dita “pandemia” não foi de todo catastrófico, basta olhar os indicadores de mortalidade por tipos de óbitos no calendário a ser considerado.

Então, os melhores observadores com outro prisma, puderam deleitar-se das oportunidades de realizar uma simples compra sem encarar esbarrões nos corredores das lojas; ouvir o som do silêncio pela ausência do trânsito caótico das cidades congestionadas de veículos com suas buzinas irritantes; dedicar-se a atividades prazerosas e calmantes, do espírito e da alma, no aconchego de seus lares; retornar ao convívio daquelas pessoas que pelo sim ou pelo não, são as mais importantes e que mais precisam delas, que são os filhos, os pais, e os avós, pois os demais são somente coadjuvantes de nossas vidas; poder dormir uma noite serena e de verdadeiro silêncio, digno dos anjos, visto que o ruído das noites simplesmente desapareceram; poder pegar o seu automóvel e rodas por ruas e avenidas, antes entupidas de máquinas ruidosas e poluentes, agora livre para circulação tranquila, e em muitas ocasiões, até com simpáticas gentilezas dos poucos motoristas que por elas transitavam. E assim, aqueles que, como acima dissemos, olharam com outro olhar e por outro prisma, puderam usufruir de tamanha tranquilidade e beleza das cidades que, havia muitos anos, talvez, para uma boa parcela da população, nunca tenha visto.

A verdade é que tudo que vem um dia se vai, obedecendo a lei natural da impermanências das coisas. A vida humana e as suas consequentes invencionices não são eternas, e em algum momento, naturalmente, tendem a ser encerradas pelo ciclo natural das coisas e da nossa efêmera existência. Nesta linha de raciocínio vale citar Carlos Lopes de Mattos em “Vida e Obra de Santo Tomás de Aquino”, 2000, p.14, como reflexão ao nos dizer que “A harmonização, no plano social e político, entre poder temporal e poder espiritual seria, análoga à que Santo Tomás procura estabelecer entre filosofia e teologia, entre razão e fé”. Se estiveram com a razão as forças políticas e científicas, há que se ouvir e dar crédito, também, sempre e na mesma proporção a força espiritual das pessoas e suas crenças religiosas.

Muito embora o mundo tenha parado, para àqueles que creram nas informações disseminadas com relação ao quase apocalíptico 2020, o mundo ficou muito mais leve e feliz para os que passaram a usufruir das consequências benéficas do esvaziamento das atividades alucinadoras do dia-a-dia, e que acreditaram sempre existir lugar para o que é bom e o que pode ser para o bem da vida e da espiritualidade da maioria das pessoas e da humanidade.

O mundo, enfim, não acabou em 2020. Como já dizia meu saudoso pai, “o mundo, que nós conhecemos, acaba para quem morre”. Essa era a visão, não de um filósofo, mas de um humilde cidadão, que viveu em seus 83 anos, tantas experiências político-sociológicas no século XX, quantas as que vivemos nos dias atuais, e de tal ensinamento recebido, me alinho mesmo estando em plenos albores do século XXI.