Entendendo melhor o adoecimento


"São as forças naturais dentro de nós que realmente curam as doenças"
                                                                               Hipócrates (460-377 a.c.)



Você sabia que a manifestação tardia do herpes zoster, na idade adulta e a possibi lidade de dor excruciante que ele pode gerar não acontecem de repente? Como em relação às outras doenças, tudo o que nos faz deixar de nos sentirmos saudáveis teve um começo, um meio e não terá fim, a não ser quando a vida dentro de nós não mais existir.

Somos, cada um de nós, formados por minúsculas unidades celulares que fazem nosso organismo funcionar. Além delas, milhares, milhões de outros organismos vivos vivem em nós ao longo da nossa vida. Alguns ajudam as nossas células e sistemas ao longo da vida, outros nos dificultam a manutenção do equilíbrio interno em determinados momentos e nos deixam em paz por outro tanto de tempo. E o mais interessante é que até nisso a decisão é nossa, mesmo que não seja uma opção consciente. O equilíbrio interno existe quando as funções vitais são mantidas em ótimo funcionamento,quando existe a cooperação dos bons companheiros de viagem (bactérias e outros organismos que ajudam na manutenção deste equilíbrio) e ainda temos a capacidade de manter isolados aqueles que passaram a fazer parte de nós ao longo da nossa vida, mas podem nos tirar mais do que têm a oferecer em troca.

Como comentei acima, a apresentação tardia do herpes zoster, conhecido como cobreiro (bolhas na face e couro cabeludo, de um lado apenas da cabeça ou ainda entre as costelas ou no cóccix) é apenas um dos muitos exemplos que eu poderia citar aqui. Quem não se lembra de ter tido catapora? Pois foi quando ele, o vírus varicela-zoster nos conheceu. Entrou na nossa vida, sem a menor cerimônia. Não pediu licença.Foi chegando. Mas demos conta do recado e depois de alguns dias ele foi embora, não é? Errado. Nós o recepcionamos, ele nos beijou e abraçou, gostou casa e ficou. O primeiro contato dos vírus, bactérias e fungos pode parecer ruim para nós, nos causam um mal estar que chamamos doença, mas é assim que eles interagem conosco,causando um desequilíbrio temporário, por conta da necessidade de fazer reajustes para manter mais um hospede nesta casa grande e espaçosa que é o nosso corpo.

Depois desse primeiro contato, ele é acomodado em seu novo lar e não nos deixa mais. Sabe onde pode ficar com conforto e isolado em sua vidinha. Não será atacado nem sofrerá (ou imporá) conseqüências, se as regras forem cumpridas. Não existem regulamentos a serem observados em condomínios e hotéis? Não é diferente no caso da nossa convivência com este e todos os nossos outros hóspedes. Mas um belo dia, você esquece uma destas regras ou de várias delas. Ou não esquece, mas seu corpo está muito sobrecarregado com novos hóspedes ou outras funções. E ele, hóspede antigo, reclama. Deixamos de viver em harmonia (homem e microorganismo) e ele passa a buscar mais alimento e melhores condições de vida. Isto nos faz adoecer novamente, agora com sintomas diferentes, porque as situações já não são as mesmas.

A dinâmica que mantém a saúde muda a cada fração de segundo. Como na letra de uma música, “... nada será como antes... amanhã... tudo muda a cada instante...” (Lulu Santos). Convivemos com esta realidade e enquanto não aprendermos a nos conhecer, cada um de nós, e saber das possibilidades e realidades individuais não teremos a qualidade de vida que sonhamos.Mas depende mais de nós do que de qualquer outra situação ou pessoa.

E entender melhor o adoecimento é o inicio da aventura de viver bem.



elizabeth navarrete
Enviado por elizabeth navarrete em 30/05/2011
Código do texto: T3002097
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