O que há de novo sobre glaucoma?
 
            De acordo com o que sabemos hoje, a definição de glaucoma mais aceita é a de uma neuropatia óptica isquêmica crônica progressiva. Trocando em miúdos, seria o sofrimento do nervo óptico por conta de uma diminuição do aporte sanguíneo. A redução do fluxo de sangue no nervo pode ser explicada ou por um aumento na resistência à entrada de sangue, através do aumento da pressão intra-ocular ou a diminuição da pressão de pulso (ou seja, a força com que o sangue é bombeado para o olho). Ambas causam deficiência na irrigação do nervo. E se as duas causas estão presentes, mais difícil se torna o tratamento desse paciente.

 
            O glaucoma, então, é uma doença crônica progressiva. Mais especificamente, é uma neuropatia óptica isquêmica (oxigenação insuficiente do nervo óptico). E, em outras palavras, não tem cura. O individuo deve permanecer em tratamento por toda a vida procurando deter (ou lentificar ao máximo) a evolução da doença, conseguindo a estabilização da visão periférica e a manutenção da visão central pelo tempo de vida que venha a ter. Assim como acontece em todas as doenças crônicas degenerativas, como a hipertensão arterial (“pressão alta”), o diabetes mellitus (“diabetes”) e tantas outras comuns nos dias de hoje.
          
 
            Para que seja feito este acompanhamento, é preciso que o indivíduo procure o especialista. Apesar de primária, essa observação é necessária. Que se procure um médico regularmente para identificar fatores de risco, para esta ou qualquer outra doença crônica degenerativa. Nós, infelizmente, ainda não temos o habito da prevenção, ou melhor, ainda, da promoção de saúde. E apenas um percentual da população tem acesso a este tipo de intervenção.
 
Sabemos que todas as doenças crônicas degenerativas, hoje cada vez mais freqüentes, podem ser minimizadas em sua expressão sintomática e funcional, se nos ativermos aos principais aspectos que elas têm em comum: a privação parcial de oxigenação e de nutrientes, ambos vitais ao funcionamento ideal do organismo humano.
 
            Trocando em miúdos, receber oxigênio e substancias essenciais à manutenção das suas atividades é vital a toda e qualquer organização celular. Seja o coração, os nervos ópticos ou qualquer outro “pedaço” do nosso corpo. Numa outra analogia, tampouco as plantas sobrevivem apenas porque estão em contato com a terra. Elas precisam de oxigênio, luz e água. Os nervos ópticos precisam de um aporte sanguíneo suficiente para manter sua higidez (pleno funcionamento). E assim como as folhas da planta vão murchando até ela não mostrar mais sinal de vida, no caso dos olhos, o campo visual segue diminuindo até a perda da visão central na doença glaucomatosa.
 
            O glaucoma é a segunda maior causa de cegueira tratável, que pode (e deve) ser combatida com tratamento personalizado, caso a caso.
 
           
            Consulte o oftalmologista periodicamente, mantenha sua saúde vascular, procure não desenvolver as doenças que podem ser evitadas através de maior controle nutricional e exercícios físicos (diabetes mellitus e hipertensão arterial) e terá feito a sua parte para tentar garantir uma maior qualidade de vida à sua longevidade.
           
            É o que podemos e devemos fazer!