Conflito emocional

As guerras são disputadas em muitos campos de batalha. Nos céus cinzentos bordados por núvens que vem e vão meneadas pela vontade dos ventos. Em solos áridos que desprendem blocos de pó que se assentam a espera de novos choques que os fazem novamente voar e voar e voar sem direção predestinada. Nos bravios mares que se agitam em altas ondas de tempestades com rajadas de ventos que desestruturam os alicerces existentes nesse meio profundo e misterioso.

Mas as maiores guerras são as travadas dentro dos nossos corações humanos. Lutas com ardentes combates travadas consigo mesmo. Uma luta interior violenta no recesso do coração que busca incessantemente preencher um vazio existencial que teimosamente se aloja sem perspectivas de evasão. Busca para incessantes incógnitas, frente a tantos acontecimentos e fatos que são tão misteriosamente desconhecidos e sem respostas satisfatótias. Busca por entendimento de SER ou não SER.

O coração humano é um cofre com segredos que nem mil chaves pode abrir. Segredos que ultrapassam os limites da sabedoria que se dispõe para desvendá-los. Ora lídimo, ora arrebatado de súbita emoção, ora aceleradamente descompassado, ora confortavelmente aconchegado e ora abruptamente revoltado o coração humano é indubitavelmente uma imensa caixa de surpresas.

Deveras pudéssemos ter uma lúcida compreensão das coisas do espírito, do que não somos capazes de explicar sem a graça divina. Do que diz do MEU e do SEU interior,daquilo que é infinitamente incompreensível, mas que é, e ao mesmo tempo quer se revelar a nós diariamente.

Nossas guerras íntimas são dúvidas, medos, cobranças, sentidos e sentimentos que se misturam com o que vivenciamos dia - a - dia e com o que trazemos dentro de nós culturalmente, socialmente. Nossos maiores conflitos são emocionais.

Como codificar os sinais que gravamos em nosso íntimo?

Como interpretar as entrelinhas do conflito emocional que aparece na história da nossa existência?

Desde que o mundo é mundo e o ser humano habita esse universo, se vê em meio a contendas consigo mesmo que serão infinitas, eternamente incontáveis para que possa assim encontrar-se. Nosso coração é um espelho de multiplas faces. Nosso Eu interior é sempre envolto em camadas de invólucros acetinados e brilhantes que vão se desnudando com o passar do tempo, com a aprimoração dos nossos sentidos, com a nossa tão lenta mas necessária evolução.