O PAPA FRANCISCO É POP!
Nasci em quatro de outubro, o dia de São Francisco de Assis. E, no decorrer da vida, com a continuidade do trabalho desenvolvido no seio do Movimento Espírita, senti crescer espontaneamente a identidade suprema com a energia proveniente das falanges espirituais associadas a este grande benfeitor de luz da humanidade, como assim considero o santinho de Assis da Igreja Católica! Com efeito, dentre todos os santos do panteão católico, a meu ver, Francisco representa o maior! Porque foi o exemplo mais digno da simplicidade, da humildade, da Mensagem grandiosa que o Mestre Jesus nos legou, demonstrando, na prática, aquilo de que consiste o gigantismo das almas de grande estatura ascensional.
Talvez em razão do tanto que esta humanidade, mergulhada em desmandos e em situação de deriva voluntária de esteio espiritual, segue necessitada de uma aproximação maior com a essência e com a vida da palavra do Cristo, o Papa Francisco escolheu o seu nome inspirado na vida deste espírito missionário irradiador de luz intensa, de passagem à Terra séculos atrás, a partir das regiões de beleza prodigiosa da Úmbria italiana. Filho de família rica, são Francisco de Assis se despojou do legado temporal das posses materiais em favor da construção de uma obra fraterna demonstrativa da única herança valiosa e genuína de todo ser em trajeto pelo mundo!
Andou, portanto, como mendigo com sua companhia de monges, por entre todos espalhando esperança, e auxílio de alma e de corpo aos flagelados pela doença devastadora. Sobretudo, exemplificava a Mensagem de Jesus, em sua significação ativa e mais autêntica! E, como fazia o Mestre, não dava distância aos que os buscavam, ao contrário - buscava-os nas suas necessidades, e aproximava com espontaneidade a multidão dos mais simples, dos sedentos do alimento regenerador do corpo e do espírito: o Amor Divino!
E o que vem oferecendo ao povo brasileiro o Papa Francisco, já comprovadamente a versão renovada deste gênero de mensagem alentadora ofertada noutros tempos por aquele outro Francisco, dos campos floridos da bela Úmbria italiana? Venho observando durante esses dias marcantes para o Rio de Janeiro, justo de entremeio ao momento político e social tenso que já acompanhávamos, com a mudança de maré histórica de protestos e manifestações populares massivas em prol de uma melhoria efetiva no estado de sofrimento secular das populações deste país de proporções continentais!
Simplicidade de alma! A mesma que comentaristas de todo mundo já anotavam, antes mesmo da sua vinda até nós! Sorriso cristalino e fácil às massas agitadas pela fome de algo mais do que o alimento físico: desta nutrição espiritual escassa nos dias que correm, que foi ofertada com a mesma prodigalidade há dois mil anos pelo ícone da igreja que o Papa hoje representa, a partir do Vaticano! Abraços e bênçãos em bebês, nas crianças e idosos ansiosos, recompensados, assim, desta maneira singela mas luminosa, pelo cansaço das horas em vigília na friagem intensa deste inverno atípico no Rio de Janeiro! Todos em exaustiva expectativa pela simples oportunidade de saudação fraterna ao ilustre visitante disputado tanto pelo povo numeroso como por autoridades de todos os níveis sociais e políticos!
"O Papa não teme o contato!" - Garantia esta semana um de seus prepostos, explicando à imprensa em assédio constante a proximidade espantosa quanto voluntária de Francisco com as massas, responsável pela quebra dos protocolos rígidos habituais que o assegurassem em salvaguarda de perigos imprevistos, e por colocar todos os componentes da segurança de sua comitiva em estado quase de pânico, visível em suas fisionomias em mais de uma imagem!
E lá ia o Papa Francisco saindo fora do tapete vermelho para saudar, há pouco, os compatriotas argentinos eufóricos que, por infelicidade, não couberam na superlotação da Catedral Metropolitana, abarrotada com cinco mil pessoas! Debaixo de chuva! Invariavelmente com um tutor que lhe carrega, aflito, o guarda-chuva em seu encalço, sob a chuva torrencial que não deixa a cidade há dias!
Mas o Papa Francisco parece não estar nem aí!
Lá vai ele inaugurar o setor de reabilitação aos químico-dependentes do Hospital de São Francisco; e, na favela de Varginha, portando um colar havaiano com as cores do Brasil no pescoço! Recebendo a legenda púrpura de seu time de futebol; ouvindo discursos emocionados dos moradores dos bairros, próximos a si, radiantes, incrédulos! Senhoras não param de chorar e não podem estancar a emoção! Lá está Francisco visitando a casinha simples da família escolhida na comunidade para acolhê-lo por breves momentos que fossem, oferecendo-lhe bolo e cafezinho! Diante do jogador de basquete Oscar, nosso ídolo do basquete em luta contra o câncer, na imagem inesquecível em que se ajoelha colhendo-lhe a benção! Sorrindo, sorrindo sempre!... De vidros abertos no carro de sua comitiva, encurralado por contratempos de trânsito, mas a todo momento estendendo as mãos - tocando e sendo tocado! Recebendo e doando contatos à mão cheia, e à vontade, sem demonstrar incômodo fisionômico ou físico em nenhum instante, segue o respeitável idoso, representante máximo da chamada Igreja de Jesus desde Pedro, abençoando e beijando bebês já incontáveis! Verdadeiramente, como se estivesse em casa, com ditos espirituosos; se divertindo, transparente de felicidade e de fraternidade genuínas em muitas ocasiões nas quais, fosse segundo os protocolos usuais de sua comitiva, se transmutariam nas mais tensas!
Mas, para Francisco está tudo muito bem! Ele, de seu lado, é quem termina por transmitir, com naturalidade, segurança e serenidade ao caos eufórico, muitas vezes histérico, que reina hoje nesta cidade de cujo povo deve ter sido bem informado a respeito de sua excitação e informalidade habituais!
'Não é deixando livre o uso das drogas que vai se reduzir a dependência'; 'Conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria!" - Papa Francisco.
"Este Papa é, de fato, pop!" - Na certa comentaria São Francisco!