O ORGULHO E O MOMENTO ATUAL

A Igreja Católica, na sua sabedoria intuitiva, identificou aspectos comportamentais que ela considerou prejudiciais à vida das pessoas, tanto de maneira individual quanto coletiva. Estes aspectos estiveram em evidência durante muitos períodos, enquanto que em outras fases foram colocados, digamos, em “Banho Maria”. Hoje, infelizmente, estamos em uma fase em que estes aspectos estão relegados, não ao esquecimento, mas a um plano pouco expressivo. E por quê infelizmente? Analisando a estória do comportamento e do relacionamento humano através de todos os tempos, vemos que o ser humano sempre necessitou de regras de ação buscando uma condição mais equilibrada de convívio para uma vida individual mais favorável e procurou pô-las em prática.

Sem saber exatamente porque, a Igreja identificou sete aspectos principais de comportamento prejudiciais à vida, além de outros considerados secundários ou complementares. Estes aspectos foram então denominados de sete pecados capitais, enquanto os demais como pecados veniais. Por outro lado, haviam as virtudes comportamentos opostos considerados favoráveis a uma vida mais agradável e produtiva.

Como toda realidade da vida e da vivência no plano material (corpo físico) está acompanhada de comportamentos psicológicos, estabeleceu-se uma relação direta e conseqüentemente anatômica e fisiológica entre os sete pecados capitais e as virtudes correspondentes, entre as sete glândulas endócrinas, os sete sistemas biológicos e sete aspectos de comportamentos psicológicos.

Estas relações permitem que se faça uma seqüência interessante, que na visão religiosa/esotérica, nos levaria do Homem a Deus, no sentido de uma evolução espiritual. Fazendo a avaliação da complexidade, importância, expressão e dificuldade de controle, os pecados capitais se colocam nesta seqüência: luxuria, gula, ira, preguiça, cobiça, avareza e orgulho.

Assim como o ser humano apresenta esta seqüência de importância de forma individual, também a evidenciamos de forma coletiva, através dos séculos. Tivemos portanto épocas que estão comprovadas historicamente tendo como predominância um destes aspectos: - na época de Jesus tínhamos a Luxúria: - na época dos grandes descobrimentos, a Gula, com a busca das especiarias: - na idade média, a Ira, configurada pela grande violência que imperou naquele período: - no começo da idade moderna, dos grandes reinados, início da escalada cultural, tivemos a Preguiça, motivando a nobreza à acomodação com o deleite em relação à literatura, à pintura e à música: - na fase final da idade moderna e início da idade contemporânea, tivemos a Cobiça regulando o comportamento principal da humanidade, o que levou à ocorrência das guerras mundiais :- na seqüência temos na segunda metade do século XX a Avareza como característica dominante, fato configurado pelas guerras em função do petróleo: - culminando temos a postura do Orgulho, etapa que ainda estamos vivendo, na qual evidenciamos predominantemente um comportamento de absoluto individualismo e prepotência em todas as áreas do conhecimento e atuação do ser humano.

Voltando aos pecados capitais observamos que na Cobiça o indivíduo quer ter, quer saber, quer poder, quer ser; na Avareza ele entende que tem mais, sabe mais, pode mais, É mais; na Vaidade ele imagina que tem tudo, sabe tudo, pode tudo, É tudo, num sentido de um Semi-Deus; no Orgulho ele não se contenta em Ser Tudo, não admitindo que alguém mais possa ser igual a si, querendo então ser o único que tem, o único que sabe, o único que pode, o único que É, numa identificação clara e inequívoca com a idéia de Deus. Esta é portanto a característica que hoje está regendo, sub-repticiamente, a nossa humanidade não só a níveis conjugais, como familiares, comunitários, regionais, aspectos administrativos e políticos em todos os níveis, culminando com a própria ordem mundial, o que nos está levando à iminência de guerras que podem se tornar de envolvimento global.

Se não nos mobilizarmos em mudanças pessoais, dentro desta avaliação, buscando uma realidade efetiva, honesta e autêntica de fraternidade em todas as nossas ações, não conseguiremos caminhar para o mundo que sonhamos de harmonia, paz e amor.

Precisamos deixar de lado as nossas diferenças pessoais, respeitar e aceitar as qualidades do próximo, dar a ele o direito às suas realizações para que as nossas sejam também respeitadas.

Precisamos nos unir em torno de ideais comuns, pondo em evidência a participação de todos sem prevalência de vaidades e de orgulho, sabendo que nosso maior valor está, e será assim reconhecido, em dividir os espaços e o poder, e estabelecer por iniciativa própria o sentido de união para a realização de um mundo melhor para nós mesmos, para nossos filhos e nossos netos.

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