A mulher vivida

Não tenho estatísticas em mãos e nem sei se existe alguma coisa confiável a respeito das mulheres de 40, 50 ou mais, sobre seu estado civil.

Esta matéria eu adaptei de um interessante artigo de Mário Prata, para repartir com os que têm a paciência de me ler. Mas, se eu for pensar em minhas amigas que estão por aí, posso afirmar, lamentavelmente, que a grande maioria está separada. E com filhos. E achando que nunca mais vão conseguir outro homem. E se acham horrorosas...

Como eu sou de uma faixa um pouquinho acima, vou meter meu bedelho. Eu dizia que muitas delas se acham acabadas. Por que razão elas não se consideram “achadas”? As mulheres de 40/50 ou mais têm várias vantagens.

A primeira é que já tiveram os filhos que tinham de ter e a gente não precisa se preocupar com a possibilidade de elas quererem mais um (ou daquela gravidez “pega-malandro”), justamente com a gente, que não está mais a fim de trocar fralda, comparecer à catequese, ir àquelas indigestas reuniões de pais e mestres e vigiar a maconha na adolescência.

Esta parte elas já resolveram. Outra vantagem é que elas sabem que “cinema novo” não é aquele cineminha que inauguraram outro dia no shopping. Cantam as músicas dos Beatles com a gente e também não sabem muito bem quem é o Skank. Lembram até da Copa de 1970, no México, e algumas delas chegaram a ver o Pelé jogar. Sabem com exatidão as medidas que fizeram Marta Rocha perder o título, imaginem!. Sexualmente sabem tudo. E como sabem!

Algumas tiveram mais homens que possa imaginar nossa vã filosofia. Aquele negócio de ter orgasmo assim ou assado (o “assado” é péssimo!) elas já resolveram há mais de uma década. Elas conhecem todos os atalhos, não abrem mão do prazer e sabem como obtê-lo. E já viveram o suficiente para se dar ao luxo de filosofar sobre a vida, sem aquelas bobagens que as menininhas de 20/30 pensam e dizem e, às vezes, pasmem, até escrevem em diário.

Neste momento, o computador acaba de me avisar que chegou uma mensagem nova. Fui olhar e era mais um daqueles indesejáveis spans americanos, perguntando se eu quero aumentar o tamanho de meu pênis. Tem até a foto de um aparelho que "infla". Imaginem! Você já pensou, na hora de fazer sexo, você abrir o guarda-roupa, tirar aquela geringonça (a máquina, não a sua) e dizer: um momentinho que você vai ver o que é bom prá tosse? Não, as mulheres de 40/50 ou mais, há muito tempo deixaram de se preocupar com o tamanho da geringonça. Com elas é "menas" preliminar e mais ação. Sabem que mais vale o talento do gaiteiro que o tamanho da gaita...

A mulher de 40/50 ou mais, não tergiversa, vai direto ao assunto. Elas já perceberam que podem comer, e não apenas dar. As mulheres de 40/50 ou mais, comem como gente grande, comem como homem. E a gente dá, com prazer. São mais caçadoras que caça; mais ativas e pouco passivas. Elas sabem o que querem e verbalizam seus desejos. Na hora do amor, não têm aquela vergonha de gritar e dizer o que estão sentindo...

A mulher de 40/50 ou mais já tomou aqueles porres memoráveis de quando tinha trintinha. Ela sabe beber conforme o ambiente e a proposta do jogo. Ah, a mulher de 40/50 ou mais, no verão chega a seu esplendor debaixo do sol. Sabe a medida certa de sua cor e de seu suor. Sai da água como se saísse de um aquário, como se desfilasse em cima da água.

Não acampa mais, nem fica em pousada sem Internet. A mulher de 40/50 ou mais, sabe onde quer ficar. Gosta de aventura misturada com um confortinho... Enfim, a mulher de 40/50 ou mais, sabe tudo e não está nem aí.

Por que então você sofre, mulher? O mundo não está perdido, está achado. Você é o melhor papo da praça. Você é o que há! Homens, vamos valorizar essas mulheres e saboreá-las! Elas têm faro e valorizam o homem de verdade como “classe em extinção”. Eu, sinceramente, estou mais a fim de uma

'quarentona' (Glória Pires, Ana Maria Braga ou Cristiane Torloni) do que uma ninfeta (Cléo Pires ou Mel Lisboa). Verdade verdadeira.

E quem já tem a sorte de haver encontrado uma assim,

lute para conservá-la e não perdê-la.

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 12/11/2005
Código do texto: T70719