Meu Infinito Que És Tu
...E por que chora meu peito de saudade,
Se é em mim que sempre estás,
Se sou sempre teu caminho a percorrer?
Pudesse eu entender, quando meu olhar
Também te encontra em minha solidão
Quando meu silêncio debruça-se em tua lembrança
E todos os sons, gestos e palavras
Apenas dizem de ti e deste amor...
Por que trago em mim todos esses anseios
E inquietam-me essas expectativas,
Esse eterno cenário de mistérios,
Quando o meu mundo é o rumo
Das palavras e dos gestos teus?
Por que esse medo da liberdade,
Quando me desvencilhaste dos meus grilhões
Alçando-me em horizontes nunca sequer imaginados?
No hiato entre um pensamento e uma intenção
O tempo adormece-te para os meus sonhos
E a razão presenteia-me com este instante
Como se o mundo também descansasse
Para somente ouvir
A linguagem do amor vertendo da alma...
Soubesse eu expressar-me em devaneios,
E te descreveria como um sonho,
Como um murmúrio dolente,
Qual fina garoa de carícias que irriga
Cada um dos meus sentidos...
Soubesse sobre descrever silêncios,
Te falaria sobre este meu olhar pousado no horizonte,
Que entre tantas imagens busca-te como destino,
Como um espelho onde me reflito em ti...
© J.B. Xavier e Fernanda Guimarães