O POLITICO E O ROCEIRO

Publicado por: Geraldinho do Engenho
Data: 22/01/2011
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Créditos

Autoria - Geraldinho do Engenho Apresentação - Odair Silveira Interpretação - Wanda Rabello Trilha Sonora-Romaria, com Orquestra Instrumental Com Arte Trilha Sonora Complementar Romaria, com Pena Branca e Xavantinho Edição de som Dom e Vozes (Wanda Rabello) Colaboração Preciosa- Genaro Vela
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O POLITICO E O ROCEIRO

Ispichado no seu rancho, contempra a lua o pobre rocero

Ispiando intrimei as vara marradas de cipó, zoiano o tempo intero

Dimirano a brincadera da lua cas nuve branca que tomem vaga no céu

Inte parece bailado de minino, oh casar dançarino sem rumu nus leu

Uvino o ringido manhoso da rede, marrada nos paus da parede

Nun cansa de zoiá a furmusura de são Jorge, a cavalo infeitano o luár

Muntado no seu corcé e sigurano seu machado, mode à noite imbelezá

Anssim drome o rocero sonhano o tempo intero cas traia na mente

Cabaça cum arsa de cipó, inxada das mió, quarta e mêia de semente

Mode quando o dia crariá, o seu roçado i prantá, cumprino sua missão

O monte de bacurim, tá qui nem fiote de Passarim isperano pu seu pão

Alevanta antes de nascê o sor, fais o sinar da cruiz pede ajuda pa Jesúis

Mode trabaiá in paiz, e tomem cê filiz e abençoado Ca graça da sua lúiz

Vai dexano sua pegada as veis no pó da istrada, otrora na terra moiada

Priciano o perfume das frors, qui disbrocha das arve na bera da istrada

Trabaia sor a sor, inté a camisa manchá, de tanto suor qui dá

Cumeno purim feijão nacus de rapadura, as veis canta mode num chorá

Oceis num sabe cumé dura vida do pobre lavradô, divia de vim cunhecê

Contá pros dotô, as veis nem come aquilo quele prantô, tem de vendê

Mode pagá as conta, dos remedi cas difrucera gastô cus bacurim

Há gente qui diz roça é trem bão, quero só vê uns dóceis vivê assim

Aligria de um rocero é u contato Ca natureza da qua ele é parte tomem

Cum seu jeito cabocro vai levano a vida fingino quitá tudo bem

Má ta não, ere é cunhicido dos homes, só épuca do voto das ereição

Ai vem dotô dano par de butina, tapa nusombro apertano a sua mão

Cas tar borsa iscolár borsa isso borsa aquiro borça tudo quanto há

Naverdade é só mode imbruiá armano arapuca, mode os coitadio pegá

Rocero quiria é andá cas propas pernas, tê dignidade sem humilação

Afinar éssa cunversa prus boi drumi imbromano, é pura inganação

Cunversa de pulitico num enche barriga não o quêsqué memo é metê a mão!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 04/11/2010
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2595947
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