José Henrique
Cantor e compositor, autodidata com 27 anos de carreira, pesquisador da Música Brasileira, autor de cerca de trezentas canções.
A infância e as influências
Como quase todas as famílias do interior são numerosas, a minha não era diferente; sou o 10º filho do total de 13, uma coisa quase inconcebível nas grandes cidades, apesar de todas as dificuldades tive uma infância muito feliz. Nasci em Ponte Queimada, município de Rio Casca – MG; ali estava situada a usina de força e luz da qual o meu pai era funcionário.
Vivi toda minha infância, brincando na mata, nadando no rio, pescando, enfim muito feliz, vivendo toda a poesia daquele lugar. E foi toda essa atmosfera vivida na infância que norteou inicialmente a minha música.
Comecei a trabalhar na roça ainda menino, e a música já fazia parte da minha vida, pois meu pai tocava acordeom e na minha casa tinha sempre a presença de músicos que tocavam com meu pai, nessa época eu ficava por perto ouvindo os sons dos violões, das violas, as modas caipiras onde o ritmo que predominava era a catira e também as músicas do Luiz Gonzaga que o meu pai tocava.
Nos tempos de minha infância também se podia ouvir na rádio Jornal do Brasil, Elis Regina, Chico Buarque, Jackson do Pandeiro entre tantos outros.
Aos 16 anos comecei a tocar violão e influenciado por
Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, João Bosco, Gilberto Gil, Caetano Velloso entre muitos outros, fiz as minhas primeiras canções, e ao participar de um festival na minha cidade fui premiado com a melhor canção local com a música o “Homem do Cajado e o Lobo”.
Em 1986 fui morar em Belo Horizonte e foi aí que iniciei de fato a minha carreira, tocando nos bares, tendo contato com outros músicos, enfim vivendo da música e para a música.
A vivência nos festivais de música foi intensa e muito útil, pois não creio que haja alguma escola capaz de ensinar o que aprendi nos palcos armados em ginásios, praças e ruas, diante do povo, o qual na maioria das vezes nem imaginava que pra chegar até ali e cantar eu havia passado quase o dia todo na estrada a espera de carona, pois não tinha dinheiro para a passagem, tão pouco para refeição, mas estava feliz porque a música não é só um ofício, é o meu ministério.
Em 2006 conheci o produtor Ayrton Boka que acreditou na minha música e assim deu-se a produção do meu primeiro CD, “REGISTRO GERAL DO AMOR”.
Hoje me sinto consciente da responsabilidade que tenho com minhas raízes e as influências que absorvi nos meus diversos paradeiros, honrando a música e as pessoas que respeitam minha arte. Foi nesse clima que escolhi e gravei as 13 canções as quais poderão talvez, narrar as diversas fases da minha carreira e as influências contidas na minha criação musical. A música certa na hora exata é curativa, aquele que acreditar poderá encontrar alivio para as diversas aflições vividas neste mundo.
