Sou como um rio que passa
como naufrago a beira mar,
igual a um canto de pássaro
que preso na gaiola deixou de cantar.
Sou menino com fome
criança de rua,
que com a face nua
olha pro luar.
Sou pé no chão, corpo, alma, coração
que desde então
não deixou de poetar.
Sou revolto e também carinho
sou pardal no ninho
bandido e mocinho,
confusão e loucura
Sou quase que nada e menos que tudo,
O grito do peito
O aplauso e o respeito,
A essência da sedução
O que rasga vida E se entrega por inteiro
Sou o que sou.
Ser pensante ativo e corriqueiro.