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Perfil

Me conjugando
Eu sou. Cheguei ao meio século há pouco, em 15 de maio de 2016, um dia lindo para dançar e viver, um domingo, como o ensolarado dia de meu nascimento, quando recebi diretamente a benção do Cristo Redentor, ali no Corcovado. Agora encaro a Esplanada dos Ministérios e trabalho numa agência governamental. Sou uma apaixonada pelas línguas, por sua beleza, complexidade, completude e riqueza.  
Eu amo. Sou casada há 24 anos e meu marido e eu moramos na casa de nossas três cachorrinhas; é, no final das contas, o apartamento é delas, mas elas deixam a gente usar – são muito amorosas e generosas. Em troca, eu as alimento, passeio e brinco com elas, e recebo tanto amor que transborda sempre. Uma delas está aqui agora, dormindo ao meu lado. A felicidade realmente é simples.
Eu danço. Danço flamenco, esse encantador baile andaluz que traz em si tanta força, intensidade e aire. O flamenco tem cor, sabor e textura; é uma festa dos sentidos, e com ele sou, ao mesmo tempo, suavidade e destemor.
Eu ensino. Sou professora de inglês, e antes fui professora do antigo ensino primário; fiz até magistério! Vejo a beleza do aprendizado e percebo que, mais que ensinar, eu aprendo.
Eu traduzo. Sempre fui uma apaixonada pelas línguas e pela amplitude do mundo que elas carregam em si. Construí uma torre de Babel dentro de mim, e nela me perco e me encontro constantemente.
Eu escrevo. Escrevo sobre o que sei e mais ainda sobre o que não sei, sobre o que sinto e como isso me afeta, me aflige ou me preenche. Escrevo porque às vezes fica difícil guardar tanta coisa dentro de mim. Mas não mostro para ninguém, quase nunca...
Eu estudo. Gosto de aprender, gosto de observar e ouvir outras visões e perspectivas. Cursei Sociologia e depois Letras, terminei recentemente um mestrado em Tradução. Guardo os conhecimentos com carinho, eles também me tornam quem eu sou. Às vezes queria ter a capacidade lógica das mentes brilhantes, mas os números e as fórmulas são um belíssimo mistério para mim. Continuo me apegando e me refugiando nas palavras e na ilógica lógica delas. Espero contar com elas sempre.
Então, eu me conjugo assim. E quero ser, amar, dançar, ensinar, traduzir, escrever, estudar mais, muito mais, sempre.
Eu sou Cláudia.