Não me tratem como poeta nem autora. Somente meus pensares, suspiros meus, sentimentos que atiro fora de mim, desaguando no tempo e esvaziando o peito.
Sou uma espécie humana desorientada, que só tem alívio quando materializa a emoção incomodando as letras e fazendo uma misturação delas. Na verdade estrago as palavras. Entorto elas. Causo até feridas, porque as apanho de forma egoística e descuidada.
Reconheço que com os meus maus modos eu apedrejo as frases de tal modo que elas se partem todas em linhas, enganando o olhar.
Mas não deixarei de abusar das letras, elas que me acolham, são vitais para mim. É por onde enxergo a vida sem o jogo dos meus disfarces e com um olhar totalmente desarmado.
Por isso afirmo, não sou poeta nem autora com toda a certeza. Só desarranjo as letras e sigo sem rumo, sem direção, desgarrada e extraviada.... Sou esvaziada.
Branca Estrela
(Alba stella)