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Nunca fui exatamente uma pessoa sociável.

Provavelmente é porque muitas vezes não sou compreendido. Não que eu tenha idéias radicais ou tenha um gênio egocêntrico. É porque as pessoas não entendem, ou preferem não acreditar no que lhes falo.

Sempre tive uma "tendência" à coisas que nem sempre são facilmente explicáveis. Quando criança, meus pais me censuravam e chegaram a me proibir de continuar a falar sobre certas coisas. Hoje, já adulto, acho que entendo a preocupação deles. Sem dúvida, isso teve parte por me distanciar e ser alheio às pessoas.

Sim, inspiro medo nas pessoas.

Não significa que não tenho amigos. Sim, tenho poucos, mas são bons amigos. Infelizmente, nem eles me compreendem inteiramente.
Sou grato que, pelo menos, me aceitam do jeito que sou.

Apesar de ser uma pessoa religiosa, não sei se continuo a acreditar em Deus. Pelo menos, não na forma em que é descrito na Bíblia Sagrada.

É difícil acreditar que tudo que vejo e ouço seja realmente parte da obra deste mesmo Deus. Às vezes tenho alucinações, com locais e situações, pessoas mortas, animais surreais, estranhos objetos inanimados, vozes... ninguém mais parece perceber.

Terapias e os remédios ajudam, mas mesmo depois de tanto tempo, isso continua me apavorando, principalmente de noite, quando estou sozinho.

De noite, deixar a luz e o rádio ligados desviam meus pensamentos e me ajudam a pegar no sono. Não costumo lembrar dos sonhos, mas não são raras as vezes que acordo banhado de suor e com os músculos tensos.

Desculpe se esta descrição não traz nenhum fato realmente interessante. Mas serve de introdução para aqueles que não me conhecem, e ajuda um pouco a compreender as tortas linhas que escrevo.

Às vezes acho que não existo, e na maioria das vezes tenho razão.
Vivo preso em um canto escuro, esperando uma libertação.

Ou talvez seja apenas mais uma alucinação.

Miguel do Lucari - Escritor Virtual
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