JULIO MARIO SALUSSE
 
 
     Nasceu em Bom Jardim, no estado do Rio de Janeiro em 1872. Foi promotor público e em Nova Friburgo desenvolveu atividade política. Em 1907 fixou-se no Rio de Janeiro, passando a advogar.
     Formou-se em 1896 pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais. Faleceu no Rio de Janeiro em 1948, deixando as obras: Neurose de 1895 e Sombras de 1901.
     Parnasiano, notabilizou-se pela autoria de um soneto – a partir de uma versão colhida num manuscrito do próprio poeta, datado de 1903 – soneto que goza até hoje de extrema popularidade:
 
 
 
Cisnes
 
Ávida, manso lago azul algumas
vezes, alguma vezes mar fremente,
tem sido para nós constantemente
um lago azul, sem ondas sem espumas.
 
Bem cedo quando, desfazendo as brumas
matinais, rompe um sol vermelho e quente,
nós dois vagamos indolentemente,
como dois cisnes de alvacentas plumas.
 
Um dia, um cisne morrerá, por certo...
Quando chegar esse momento incerto,
no lago onde talvez a água se tisne,
 
que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade,
nem nada nunca ao lado doutro cisne.
 
 
 
 
                                                                                                              Por Lídia Albuquerque
Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 17/12/2008
Reeditado em 22/12/2008
Código do texto: T1340123
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