Mario Carneiro do Rego Mello

Mario Mello nasceu no dia cinco de fevereiro de 1884, na casa-grande do engenho Barbalho em Iputinga, no Recife Pernambuco, filho do juiz federal Manuel do Rego Mello e Maria da Conceição Carneiro da Cunha do Rego Mello, apelidada familiarmente de Ciçone.

Fez o curso primário em Campina Grande, Paraíba e Paudalho, Pernambuco, onde seu pai exerceu as funções de juiz, e o secundário nos colégios Salesiano e Ginásio Pernambuco, no Recife.

Ingressou como telegrafista no Departamento de Correios de Pernambuco, sendo transferido sucessivamente para o Ceará, Pará e Rio de Janeiro, onde tornou-se o secretário particular de José Mariano.

Casou-se, em 1907, na cidade de Gravatá, Pernambuco, com Adalgisa Cruz Ribeiro, com quem teve dez filhos, formando-se nesse mesmo ano, na Faculdade de Direito do Recife, na turma de Augusto dos Anjos.

Ingressou na Maçonaria, tendo sido Grão-Mestre da Loja Seis de Março.

Começou o seu trabalho na imprensa, com o jornal “O Álbum”, do qual era proprietário, tornando-se depois um dos mais atuantes jornalistas brasileiros. Colaborou nos jornais Folha do Povo, O País, Gazeta da Tarde (Rio de Janeiro), Estado de S. Paulo, Correio do Recife, Jornal Pequeno, Pernambuco, Diário de Pernambuco e Jornal do Comercio (Recife).

Além de jornalista foi também historiador, geógrafo, filatelista, numismata e músico. Foi um exímio violinista e grande pianista. Compôs várias música, entre as quais, o “dobrado tiro 333”.

Participou de várias instituições histórico-geográfico-culturais, como o Instituto Arqueológico, Histórico e Geógrafo Pernambuco, do qual foi sócio durante 50 anos e secretário perpétuo; a Academia Pernambucana de Letras, a Sociedade de Geografia de Washington, Estados Unidos, e de Lisboa, Portugal; o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; a Comissão Nacional de Folclore, entre outras.

Fundou a Associação de Imprensa de Pernambuco (1931), juntamente com Salvador Nigro e outros.

Foi nomeado, em 1938, membro do Conselho Administrativo pelo interventor Agamenon Magalhães, permanecendo no cargo até 1945.

Como político foi eleito deputado estadual por Pernambuco, pelo Partido Social Democrático (1948 – 1950).

Era um grande defensor das coisas de sua terra, amando e defendendo o folclore, o carnaval, o frevo e as tradições.

Era, sobretudo, um cronista do cotidiano da cidade do Recife. Cultivava costumes indígenas como dormir em rede, tomar guaraná e fumar cachimbo.

Dizia o que pensava “sem papas na língua” e por isso criou várias inimizades. Quase foi apunhalado e morto num trem Caxangá.

Morou por muito tempo na rua Santo Helias, nº. 292, no bairro de Espinheiro, onde morreu, na madrugada do dia 24 de maio de 1959. Seu enterro teve um grande acompanhamento popular.

Publicou mais de 50 livros entre os quais pode-se destacar: “A Maçonaria no Brasil” (1909); “A Maçonaria e a Revolução de 1817” (1912); “Arquipélago de Fernando de Noronha” (1916); “Pau d’Alho”: monografia histórico-geográfica (1918); “A imprensa pernambucana em 1918” (1918); “Rios de Pernambuco” (1919); “Ruas do Recife” (1920); “Oliveira Lima íntimo” (1920); “História da Loja Maçônica Seis de Março de 1817” (1921); “Corografia de Pernambuco” (1921); “Esboço da literatura pernambucana” (1922); “Os Carnijós das Águas-Belas” (1929); “Toponímia pernambucana” (1931); “Dentro da história” (1931); “Frei Caneca” (1933); “Aspectos da história” (1935) ; “Elementos da História do Brasil” (1936); “Aspectos de etnografia brasílica” (1938); “Como vi Portugal” (1938); “A Guerra dos Mascates” (1941); “Síntese cronológica de Pernambuco” (1943); “Onomástica pernambucana” (1944); “Relances da história” (1956).

Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 25/01/2010
Reeditado em 25/01/2010
Código do texto: T2049888
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