Um bilhete para minha mãe

Minha mãe

Sinto-me órfão daquele olhar meigo, protetor

Sempre fui uma grande parte da razão de sua vida

Seu rosto, não sai do meu pensamento

Sua ausência é o meu constante sofrimento

Busquei meus sonhos, construí minha vida

E muito jovem, me tornei seu protetor

E seus olhos me abençoavam com amor

E quando conheci caminhos diferentes

Quando andei por terras distantes

E seu coração ficava partido de dor

Amor materno

Coração sincero

Mãe, ainda não me acostumei viver sem sua presença

Ao mesmo tempo não posso conter minha alegria

Em poder lembrar-me de que todas as suas repreensões

Fizeram de mim, o homem e o pai honrado que sou

Não há como descrever um amor de mãe

Mais difícil esconder lágrimas contidas

Quando me feriam, ela sangrava

Quando me faziam feliz, seus olhos brilhavam

Se eu chegasse de madrugada, ela se levantava

Descabelada, sonolenta, cansada e me perguntava

Seu prato de comida está guardado filho,

Quer que eu o esquente?

Me conhecia, como se conhece a palma da mão

Um olhar no meu rosto triste e os conselhos chegavam

Prontos, na medida certa

Nem sempre eu agradecia, coisas de jovem

Depois que a perdi, nunca mais fui o mesmo

É um castigo amargo viver como órfão

Mãe, hoje vejo minhas filhas, mas elas não me vêem

Meu ombro amigo parece mais uma coroa de espinhos

Meus ensinamentos, respondem com um lamento

Perdoe-me eu não aprendi a dar as minhas filhas o mesmo amor

E o mesmo carinho que sempre tive em você.

Talvez porque falte a um pai, o mesmo calor humano

Que reside no amor materno.

Mãe, ouça-me, ajude-me, aconselha-me

Ensina-me mais

Volte pra minha vida

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 06/05/2012
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