O CASO DO DEFUNTO QUE ESCREVEU
O defunto escreveu. O homem estava morto e assinou papéis. Um fazendeiro daquela região era senhor de muitas terras, terras que compreendiam das proximidades de Tacaimbó até Fazendo Nova e São Caetano.
Tendo um amigo que muito freqüentava sua casa, o fazendeiro dizia sempre a esse amigo que deixaria seu patrimônio para uma pessoa de confiança, era uma boa preta que prestava serviços em suas terras desde sua ida (dele) para a Fazenda. A boa preta receberia, por merecimento, aquelas terras. Preparou a documentação e disso deu notícia ao citado amigo. Acontece que faleceu antes de terminar a feitura dos documentos. Um dos seus empregados levou a notícia que o fazendeiro estava morto. Era noite quando o amigo chegou na fazenda. Mandou fechar as porteiras e proibiu a entrada e saída de qualquer pessoa até que chegasse o escrivão.
- Que horas tem aí, Divino?
E o serviçal respondeu:
- Onze horas dessa noite. Vinte e duas horas do acontecido.
O escrivão, conhecedor na história, pediu ajuda, pegou na mão do defunto e assinou a escritura. Proibido foi que falasse de tal assunto.
- Parecia que o defunto era sabedor do que estava acontecendo.
Por esse motivo, os nossos irmãos escravos sempre tiveram gados, terra e farto recurso de subsistência naquela localidade.
* Conto verídico da cidade de Tacaimbó – PE
(Retirado da obra "Tacaimbó Nossa Terra, Nossa Gente" da Guarazão Editorial. 2002)
O defunto escreveu. O homem estava morto e assinou papéis. Um fazendeiro daquela região era senhor de muitas terras, terras que compreendiam das proximidades de Tacaimbó até Fazendo Nova e São Caetano.
Tendo um amigo que muito freqüentava sua casa, o fazendeiro dizia sempre a esse amigo que deixaria seu patrimônio para uma pessoa de confiança, era uma boa preta que prestava serviços em suas terras desde sua ida (dele) para a Fazenda. A boa preta receberia, por merecimento, aquelas terras. Preparou a documentação e disso deu notícia ao citado amigo. Acontece que faleceu antes de terminar a feitura dos documentos. Um dos seus empregados levou a notícia que o fazendeiro estava morto. Era noite quando o amigo chegou na fazenda. Mandou fechar as porteiras e proibiu a entrada e saída de qualquer pessoa até que chegasse o escrivão.
- Que horas tem aí, Divino?
E o serviçal respondeu:
- Onze horas dessa noite. Vinte e duas horas do acontecido.
O escrivão, conhecedor na história, pediu ajuda, pegou na mão do defunto e assinou a escritura. Proibido foi que falasse de tal assunto.
- Parecia que o defunto era sabedor do que estava acontecendo.
Por esse motivo, os nossos irmãos escravos sempre tiveram gados, terra e farto recurso de subsistência naquela localidade.
* Conto verídico da cidade de Tacaimbó – PE
(Retirado da obra "Tacaimbó Nossa Terra, Nossa Gente" da Guarazão Editorial. 2002)