UMA NOIVA QUE NÃO SABIA DA EXISTÊNCIA DO SEXO

Atualmente com esta abertura cultural abordando o tema sexualidade, até nós que vivenciamos uma cultura completamente recatada e diferente da atual no passado, chegamos a duvidar de certos fatos ocorridos os quais testemunhamos.

Fui espectador de fatos pitorescos provocados por costumes e ações culturais em épocas passadas. Acompanhei ao longo da vida, esta transição de comportamentos que vem ocorrendo nas ultimas décadas, com maior voracidade, a partir desta fantástica informatização que colocou, o que antes era inatingível, dentro de nossas casas.

Manter os princípios morais da metade século passado, que nos foram repassados por nossos pais, e que ficaram arraigados em nossa personalidade, atualmente tomou impossível. Somos considerados pela atual geração, como cafonas, jecas, quadrados, e de mau um gosto cultural inadequado.

Na minha infancia as mulheres com suas vestimentas longas teriam que se portarem de forma decente, pronunciar com pudor e reservas. Seus gestos sua maneiras de se portar, eram todos censurado. Não lhes era permitido andarem sem uma companhia de forma alguma, uma moça jamais deveria fazer qualquer trajeto sem estar acompanhada, mesmo que fosse por uma criança. Ao jovem da mesma idade, do sexo oposto não seria permitido conduzir uma senhorita a sós nem por uma pequena distancia.

Naquela época os adultos já diziam que a juventude estava abusada imoral. Que no tempo deles moças e rapazes sabiam comportar e não se expunham insinuando gestos, uns ao outros, que a moral estava se virando de ponta cabeça. Imagine como tantos casamentos negociados pelos pais poderiam dar certo. As moças eram criadas em redomas familiares periciadas dia e noite sob os olhares paternais. Muitas das quais conheciam seus pretendentes no dia do casamento.

Algumas famílias criavam suas filhas com tamanha inocência se casando sem a menor noção do que era o sexo. Lembro–me de uma conterrânea que, aliás, ainda vive por sinal é minha cliente, está com seus quase noventa anos. Casou com um nosso vizinho, muito amigo de meu pai. Na noite de núpcias foi uma decepção para o noivo, ela não permitiu si quer ele se aproximar dela. Passaram a noite correndo no quarto como gato e rato. Durante uma semana inteira ele tentando convencê-la, ela se defendendo armada de garfos e facas escondidos debaixo do colchão durante o dia. Dez dias após, ela voltou para casa dos pais. Um verdadeiro vexame ninguém soube o motivo. Fizeram mistério do ocorrido, ficando registrado como um fato inexplicável. Os mais diversos comentários surgiram, alguns afirmando ela não ser fêmea, outros a dizer ser macho e fêmea, e assim por diante. Passaram-se oito anos, meu pai que sempre foi mediador em varias questões na comunidade, descobriu através do noivo, o verdadeiro motivo da separação. Nesta altura dos fatos a noiva já mais vivida, aprendeu qualquer coisa sobre vida sexual.

Sendo meu pai amigo de ambas as famílias interveio promovendo a reconciliação do casal. Viveram juntos por muitos anos, fás pouco tempo que a morte levou o marido bem idoso, teve filhos, netos e netas que vivem há muitos anos luz a frente do que viveram os pais e avós.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 14/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2847054
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