UM GAY CHAMADO CALCINHA

Um texto com “açúcar” e com fitinha cor de rosa (rsss)


E havia com certeza, uma festa de aniversário, num sítio fora da cidade. A professora da minha filha mais nova, aqui em Goiânia, comemorava o seu aniversário numa propriedade rural do pai dela, distante uns 45 kms da capital aproximadamente há uns bons dez anos. Ela gostava muito de alguns alunos e nós (e mais alguns pais) estávamos incluídos entre os convidados. E lá fomos nós. Percebemos que num determinado momento havia entre outros, um aglomerado de moças bonitas, jovens, conversando e dando gargalhadas. Nada de anormal, até que notamos que havia um belíssimo exemplar masculino ali infiltrado, alegre, cabelos soltos e não foi difícil notar que os gritinhos histéricos obviamente partiam dele, ou dela, o CALCINHA. (esse era o seu codinome)

Percebi a munheca meio efeminada e quando ele (ou ela) saia para um suspiro com uma outra turma, passava rebolando pelo “deck” da piscina e parecia mais o participante de um desfile de moda, com lenço vermelho ou rosa maravilha pink (ou bonina, como se dizia antigamente) pendurado no pescoço. E sua voz era estridente. Santa Jacobina, como eles(as) falam alto. São escandalosos (as) e desinquietos(as). Ainda bem que nem todos se manifestam dessa forma. Mais tarde vim saber que possuía um salão de beleza.

Fiquei na minha, (e o mais incrível é que eu estava ali, no mesmo lugar) e já era tempo de eu começar a me acostumar ou resignar-me com esse tipo de coisas, afinal desde criança eu guardo na minha memória cheia de conceitos diversos, a imagem de Paulinho e Mozart, que rebolavam a mesma coisa na minha terrinha. Salvo engano meu, Mozart era mais discreto e tinha o rosto meio parecido com o do Presidente Abraão Lincoln. Podem rir aqueles que conheceram o nosso folclórico gay (ou veado), mas é essa a imagem que eu guardo dele, mesmo porque uma criança de sete anos, nada mais poderia guardar.

Morando mais tarde em Belo Horizonte, sofri alguns assédios em pontos de ônibus e mesmo na empresa onde trabalhei fui também “agredido” e somente eu sei o susto que tomei, já que o “meu amigo” era pai de família e ostentava uma esposa e filhas e após o episódio me afastei e realmente não sei qual a situação dele hoje. Sei que recentemente fui agraciado com um beijo no rosto aqui no estádio Serra Dourada em Goiânia, num jogo do Cruzeiro x Goiás por uma dessas pessoas que pretendem ser acobertados pela Lei. Coisa de louco, se eu demonstrar nojo pelo beijo recebido posso ser considerado preconceituoso?.

E com certeza é uma sina que carrego. Já brinquei muito com isto, dizendo àqueles com os quais compartilho essas histórias, que é porque devo ser aparentemente gostoso ou “gatoso” como diz um amigo meu aqui em Goiânia, o Silas.

O incrível é que no final da festa, estava lá o calcinha, conversando sozinho com um amigo meu, por alguns segundos, sob a sombra de uma jabuticabeira. Será que foi o que eu pensei? Acho que não, foi mesmo puro preconceito de minha parte (rs). Melhor “não julgar para não ser julgado”, não é isso que dizem ou “escreveram” ?. Melhor então ninguém “jogar pedra na Geni”.

Antigamente essa palavra preconceito praticamente não era usada e se existia era rigorosamente aplicada no verdadeiro sentido e não como é hoje para colocar um ponto final em qualquer discussão e praticamente queimar na fogueira o acusado de discriminação. Encerram o assunto, fecham a mesa de discussão com essa palavra maldita. E aí, você é atirado dentro do fogo do inferno. Ninguém pode ser um Juiz ou ter o poder de um magistrado, para usar essa maldita palavra preconceito como martelo, assim sem mais nem menos. A coisa ficou muito mais engraçada quando inseriram nos dicionários atuais o termo homofobia

Mas tudo indica que isso pode mudar radicalmente. A imprensa joga pesado e é inexplicavelmente a maior aliada dessas pessoas que buscam muito mais notoriedade do que propriamente um direito inalienável que na verdade sempre possuíram, visto que, entre quatro paredes sempre entendi que nada é proibido e a rigor nada se pode proibir.

Mas as quatro paredes do Big-Brother, com um mínimo de autoridade do Governo, até que poderiam ser proibidas algumas cenas. Assim como a propaganda de um certo automóvel que anda circulando por aí na Televisão.

Existe até um termo mais especifico para tratar impiedosamente a todos que se opõem a quem exerça o seu sagrado direito de ter “opções sexuais”. Optar porque? Se já nascem assim.


Estamos evoluindo ou regredindo e o certo é que pelo que diz o projeto Lei 122/2006 que está em tramitação no congresso e sendo aprovado, pode ocorrer aí uma caça às bruxas, ou seja, pode ser que todas as bíblias tenham que ser recolhidas pois ela contém claramente o repúdio à “perversão sexual” e o meu dicionário editado pelo Ministério da Educação e Cultura em 1958, quando eu estudava no Dom Helvécio em Ponte Nova também deverá ser recolhido pela policia porque contem termos que prejudicam a educação e o convívio com essas pessoas que por decreto passam agora a serem tratadas como normais. E então o novo e sensacional termo que surge no milênio que se inicia, chama-se Homofobia e pelo projeto Lei 122/06, passará a ser tratada como crime.

Nem estou entrando aqui no mérito da questão. Estou apenas elaborando e desenvolvendo meu texto. Meu dicionário caduco, diz: Pederastia – Prática de homossexualismo masculino. E a palavra homossexual é definida como perversão sexual, desvio de conduta sexual. E eu não vou jogar meu velho dicionário fora, de jeito algum, pois o comprei com meu primeiro salário que recebi do 12 anos, trabalhando como balconista no bar do Zaidan, lá na minha terra natal Ponte Nova.Então fica a pergunta:
Evoluímos ou regredimos? Consulte você a internet ou dicionários mais modernos e verá o significado da palavra homofobia. É inacreditável. É inaceitável. O termo parte do principio de que todos nós somos candidatos em potencial (enrustidos) a de repente poderemos fazermos uma nova opção.

Nesse ponto é que eu entro com o meu veemente protesto.

Eu tenho minhas próprias convicções à respeito e estou sempre pronto com o extintor para apagar esse incêndio, essa intolerância exacerbada com os mais conservadores, mas considero-me vencido pelo tempo. Não atiro pedras em ninguém, mas pelo simples fato de que como já diz uma mensagem que corre na internet, sou um passageiro do trem da vida e o meu desembarque está próximo. Farei um esforço muito grande em “minhas caminhadas” para tentar chegar à copa de 2018 e até lá diminuir tanto quanto possível minha resistência a essa digamos, avassaladora mudança genética em pouco mais de 50 anos.

Eu tenho fôlego para recorrer a instancia superior, no altar onde reside a soberania da liberdade de expressão. Mas confesso que tenho muitos receios, não de mutações que possam ocorrer em mim, mas um filho seu, meu, um neto nosso, pode amanhã se casar com uma pessoa assim. Será que esse ato poderá amanhã ser considerado ilegal perante a Lei? Chegaremos ao tempo em que um homem se case com uma mulher, tenha filhos e ao mesmo tempo se relacione com um outro homem?

E “Deus” não despertará de seu sono profundo para fazer com que tudo se torne pedra novamente, como dizem ter ocorrido em Sodoma e Gomorra?

Ou a igreja já reescreveu a bíblia de novo e não admite mais também a palavra sodomia?
Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 18/03/2012
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T3562102
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