O ENCONTRO COM A MORTE

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Recontando Contos Populares

 

Certa vez, um rico fazendeiro mandou o seu “capataz” a cidade, a fim de comprar provisões. Pouco tempo depois, o capataz retornou a fazenda, pálido e trêmulo, balbuciando palavras sem nexos, muito assustado.

— Patrão, ainda há pouco, quando eu atravessava a praça do mercado, fui abordado por uma mulher! Quando me voltei para ver de quem se tratava, vi que era a morte! Ela me fitou com um gesto ameaçador. Por piedade patrão, empreste-me seu cavalo para eu fugir desta fazenda! Irei para aquela que tem uma cabana na beira do rio, onde a morte não me encontrará!

O fazendeiro, penalizado com a situação, cedeu-lhe o cavalo e o capataz, mais que depressa, montou; fincou as esporas nos flancos do animal e partiu a todo galope.

Naquele mesmo dia, o fazendeiro, curioso, partiu para a cidade em direção a praça do mercado. Mal chegou, deparou-se com a morte no meio do povo. Sem medo, chegou-se a ela e disse:

— Porque motivo ameaçou meu capataz quando o viste hoje de manhã?

— Eu? Eu não o ameacei – respondeu a morte – Foi apenas um gesto de surpresa de minha parte. Fiquei atônita ao vê-lo aqui na cidade, pois tenho um encontro com ele, esta noite, numa cabana a beira de um rio. ®Sérgio.

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Nota do Texto: Este causo é uma variante da fábula, em estilo oriental, Encontro em Samarra, cuja autoria é dada ao ficcionista britânico Somerset Maugham (1874-1965).

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