Amô Caipira       

     "Levantei os óio pra cima e tava ele com os óio grudado ni mim. saimu na dança do forró. cabou a dança, fumos se arrumar.
      Cheguei em casa e lá tava zé,  drumia feito um porco antes de murrer. Garrei uma fronha, pús meus troço dentro, levei um pente fino, um pedaço de sabão, o sapato da dança, e fiquei esperando o sol nascer. Era os óio no zeca, óio na lua
       Quando o sol nasceu eu apanhei meus troço e curri pra debaixo do pé de joá pa nós dois fugir. Cheguei lá, tava ele me esperando. 
       Quando oiemo pra traz, depois de caminhar faz tempo, vimu zeca, meu marido, e mariazinha, mulé dele, correndo atraz de nós. Demo de correr, ele prum lado e eu pro outro, zoiava o sol e danava a correr, zoiava o chão e corria e corria, até que zoiei pra cima e tava o sol no meinho, era meio dia, minha  tava barriga roncando. Vortei pra casa pra cume, tristinha. 
       Nutei que amor de homi e muié presta não."
Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 27/07/2012
Reeditado em 27/07/2012
Código do texto: T3799792
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