Desejos de um Anjo

“Como gostaria de ser um humano!” - Pensava o anjo, em cima de uma loja de dois andares, olhando para as diversas pessoas que desfilavam pelo calçadão de São Paulo.

Continuava ele a refletir: “Poder sentir... (pequena pausa); mas eles não demonstram seus sentimentos!”. - Concluía.

“Poder amar... mas eles só amam a si mesmos”.

“Poder conversar com outros humanos... mas eles só fazem intrigas entre si”.

“Poder correr riscos... mas eles não se arriscam, nem tentam”.

E por último:

“Poder ter amigos... mas a maioria são tão falsos”.

_Bom, pelo menos apostaria na paz... “Mas eles só pensam em guerra”.

Intrigado por não achar atributos positivos, ou melhor, achar algum humano com tantas qualidades, desistiu, com medo de se tornar alguém tão frio.

Outro anjo, que ouvira seus pensamentos, pergunta a ele por que abandonou seu grande sonho.

Ele, melancólico, olhar distante, com suas asas cabisbaixas, lhe responde:

_ Pois privando-me desses “sentimentos”, serei um verdadeiro “ser” humano, onde infelizmente os mesmos não têm este privilégio, não têm a consciência de que podem gozar de tantos direitos benéficos para a alma, e não o fazem!

Apenas por isto.

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