O REI SEM REINADO E SEM COROA.

O REI SEM REINADO E SEM COROA.

Conto de Honorato Ribeiro.

Havia um rei que tinha ministros, servos e bastante gente que iam ao seu encontro somente para ouvir os seus conselhos e seus ensinamentos. Era bastante rico, mas recebia pobres, ricos, lavadores, gente pobre e excluída. Não havia exceção em sua casa.

Mas um dia ele saiu andando a pé vestido não de rei, mas como uma pessoa comum. Os ministros dele reclamaram de sua atitude, pois era rei e não poderia se igualar aos outros. Mas ele sorria, ouvia-os e dizia-lhes: O mais importante é saber viver a alegria da igualdade. Ele caminhou por todos os povoados, aldeias e, muitas vezes ele dormia e comia com gente simples. Cama ou chão, não se incomodava, mesmo sendo rei. Às vezes dormia debaixo de uma árvore e fazia de uma pedra travesseiro. Os seus ministros não entendiam nem seus servidores a maneira de si portar um rei como se fosse um mendigo ou um pobre, sendo-o tão rico. A sua simplicidade era tão grande que até os nobres iam a seu encontro e o convidavam para banquetear-se em suas casas. Ele nunca recusou, mas dava-lhes conselhos para convidar aos pobres e excluídos a banquetear com eles. As suas palavras mexiam com seus psíquicos e suas emoções; ensinavam-no a moral e o amor.

Um dia ele resolveu ir à capital dos reis, dos doutores e magistrados. Mas como rei não foi ao palácio de nenhum deles. Misturou-se no meio dos beberrões, prostitutas, ladrões, excluídos físicos, doentes e fez uma grande amizade com todos eles sem exceção. Os nobres, reis e doutores magistrados começaram com suas insatisfações, mesmo ouvindo as suas mensagens sábias e eloqüentes, não ficaram humorados. Todos os doutores e magistrados caíram as suas famas e status; e o rei subia a sua fama cada vez mais. Mas aos pobres, excluídos, prostitutas, ladrões, ele os exaltava. Nisso aumentou o ódio dos letrados e doutores, bem como os reis. E o rei que não queria que o chamasse de rei e nem senhor, dizia que a sociedade era constituída de hipócritas e ladrões enganadores do povo.

Esse rei que era tão rico deixou seu palácio, sua gente, seus conterrâneos e foi ensinar a moral, a igualdade e o amor àqueles que não viviam. A sua fama se espalhou em toda a região e países distantes; os seus ensinamentos era único: Amor vertical e universal; paz e destruição do ódio e do egoísmo. Sua fama se estendeu até nós, mas até hoje ninguém O imitou. Poucos anos de seus ensinamentos, ele amanheceu morto. Mataram-no por ensinar o amor e a paz. Nunca quis que o chamassem de rei, mas hoje nós O chamamos. Ele é meu, é seu e daqueles que querem viver como ele viveu.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 05/12/2014
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