A lenda da índia Iana parte I

Essa é uma história que minha bisavó contava a todos nós, enquanto fazia seus deliciosos bolinhos de chuvas com pedaços de banana e banhados em uma deliciosa nuvem de açúcar e canela, eu, peralta e curiosa, nunca pude entender a grandiosidade dessas suas palavras, devido minha terna idade *Não é simplesmente uma história de amor, dizia ela meio trêmula, mas completamente lúcida, é sobre em como o amor, pode nos refazer ou nos destruir...*

Existia em uma aldeia, uma índia linda e guerreira, chamada Iana, desde de muito cedo, a jovem índia foi destinada a cuidar dos seus e ser uma nobre guerreira dentro dos padrões da época para uma mulher e índia, Iana, nunca desejou o compromisso matrimonial, com medo de perder sua liberdade e astucia e ser designada apenas, para servir o interesse de um único homem. Do outro lado da aldeia, tecendo tranças e tapeçaria,casta e comedida, estava a índia Luna, que foi talhada para o casamento e para a família, deixando de lado seus interesses, em prol da função de princesa, que nascera para exercer. duas vidas, duas realidades, dois ideias de vida tão distintos, que seria unido pela única coisa capaz de unir almas tão distantes: O amor do índio Tupã.

Tupã, era o jovem mais valente da tribo e embora sua pompa, nome e façanhas o tornaram uma lenda entre seu clã e gerações futuras, o valente guerreiro, só queria a liberdade de ser quem ele era, sem tantos compromissos e obrigações que cumprira de bom grado, mas com a sensação de que sua vida, estava muito além de sua gaiola dourada.

Era tarde e quente, quando o cacique mais velho de sua tribo o chamou em segredo e lhe ordenou: _ Tupã, é chegado a hora, o sol e a lua embora estejam em lugares diferentes, se completam e um, não vive sem o outro, o dia precisa da noite, assim como a noite, precisa da lua, em algum lugar daqui, existe a metade da sua alma, que anda inquieta, vá em busca do seu sol, para acalmar toda a bagunça que está dentro desse peito jovem e petulante, amanhã, cuidaremos disso. O índio não soube o que dizer, mas sabia que era chegado a hora de unir dois povos, afim de cumprir seus deveres com a tribo e manter sua linhagem ativa. O sono não foi tranquilo... imagem de duas índias disputando por seu amor, lhe pesavam a mente, dois rostos, duas histórias, três vidas e só um destino o amor e a dor.

Era manhã e cansado na mesma medida que perturbado, o guerreiro cruzou as terras de sua família, para escolher sua futura esposa, e assim selar o seu destino. Vai ser melhor para você jovem Tupã, dizia seu pai, você será um homem de verdade, dizia outro ancião e os deuses vão te guiar até sua estrela, acalmava o outro e assim o índio prosseguiu cabisbaixo e conformado.

MariZache
Enviado por MariZache em 09/10/2017
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