Iceberg Pernas da Moça

"Ele jurou que viu imensas e lindíssimas pernas"

Naquela noite o Capitão do Navio jantou e fez a sua tarefa de ser um educado homem respondendo muitas às perguntas dos passageiros, quais ocupavam a classe superior do navio. Haviam perguntas interessantes, inteligentes, ignorantes até muito imbecis. Uma série de inimagináveis "is" para a sua paciência. Porém, ele dava um leve sorriso e não respondia. Suas respostas eram breves e quando não era para responder, ele não respondia.

Estando há milhas de distância da terra firme e cansado de aturar pessoas esnobes, ele resolveu entrar em sua cabine.

Muitas horas em alto mar e sozinho naquele tédio, mas tranquilo em sua cabine... Nada era melhor, pois ali não haviam pessoas à lhe fazer "is" perguntas.

Passando algumas horas, o Capitão pensou em muitas pessoas, isto porque ele realmente estava bem entediado. Foi quando lhe surgiu um sorriso com um olhar todo sedutor, mas ao mesmo tempo era puro e devorante. Este olhar se misturava à um cheiro místico de rosa vermelha e um suave cravo delirante... Ele sentiu o verde coentro em mergulho nas ameixas e bagas silvestres que haviam na sobremesa do jantar e estava usando como faíscas de seu intrínseco pensamento. Tudo estava se intensificando e os seus delírios eram cobertos pelos jasmins da ansiedade momentânea.

Ele abriu um confeito feito de anis que estava sobre a bancada de comandos e a sua boca ficou aguçada por beijos. Ele não entendia como poderia estar sentindo cheiros e gostos tão catalogados e verdadeiros... Era estranho, mas prazeroso.

Não querendo, mas sentindo... A sua concentração estava sendo atacada por algum tipo de reação, qual lhe veio em gotas de mel branco igual a cor da Lua. Seu encontro estava em um magnífico vetiver sobre um cedro com sândalo. Ele sentia um extremecer de excitação com um lado sutilmente do âmbar e dos incensos mágicos, quais haviam no nobre salão onde anteriormente esteve à jantar. Estes cheiros automáticos se agarraram em seus poros.

Aquela noite estava realmente iluminada na sua essencialidade e direção, que ele até conseguiu sentir um gosto de baunilha, aquele do pudim de leite que a sua avó na infância lhe fazia.

Era estranho estar tendo uma espécie de delírios e ao mesmo tempo acordado.

Mais uma vez aquilo tudo se iniciou e lhe surgiu a lembrança de uma viagem para a África e onde ele avistava flores de laranjeiras, que em sua graciosidade dançavam ao vento quente daquele continente. Então, percebeu que era impossível lembrar de tantos detalhes e talvez um copo com água lhe fizesse acordar das muitas informações em sua cabeça.

Ele bebeu água e no mesmo instante colocou a mão em um dos bolsos de sua belíssima farda da marinha, sentindo algo... Era um heliotrópio, uma planta que possuia propriedades antisséptica, cicatrizante, febrífuga e emenagoga e que lhe ajudou à desinfetar e acelerar a cicatrização de uma ferida, feita acidentalmente ao se cortar em pedras nas ilhas da Macaronésia. Ele guardou um ramo das flores em seu bolso e esta lembrança era real.

O Capitão viajava sempre por todos os oceanos, era um homem solteiro, charmoso, sério, o melhor navegador que já existira e muitas mulheres dariam os seus corações desesperados à ele. Porém, ele não queria compromisso com nenhuma mulher... Não teria tempo para ser presente em terra firme.

Ele estava vendo apenas a água, a Lua com às estrelas na escuridão, mas podia sentir um desejo... Um desejo lhe aflorou e ele avistou imensas pernas, cujas eram brancas e excitantes.

Bem, naquele momento sentiu uma ereção veloz e foi imensurável... Sua mente estava lhe fazendo ter fantasias inerentes com a moça mais bela que ele havia visto. Isto não era tão simples, já que a moça era uma passageira do navio onde ele era o Capitão e jamais, teve uma conduta errada.

O iceberg era imenso e na visão do Capitão, eram lindíssimas pernas.

Tudo que ninguém espera é uma colisão em icebergs, mas não havia outra possibilidade seguindo tudo aquilo que ocorria...

Ao encontrar sobreviventes, uma coisa foi bem estranha e chamou a atenção de um jornalista, cujo sem perceber esbarrou em uma lindíssima moça... Ela estava assustada como à todos, que no meio da tragédia conseguiram entrar nos botes salva-vidas. Então com os lábios roxos do frio, a pele pálida como uma placa de gelo e cabelos vermelhos como fogo, ela estava envolvida em um cobertor, mas assim mesmo tremia em demasiado.

Ele conversou muito e acabou se interessando por ela. Tentou ajudar ela à encontrar alguém que fosse da família. Pena não havia ninguém vivo. A conduta do jornalista foi evidentemente abrigar a lindíssima moça e assim, isto é uma outra estória.

Ao Capitão houve um certo agradecimento pelo jornalista, pois realmente ele desejou o que todo homem deseja... E se conseguiu?!

O jornalista conversou com um sobrevivente e tripulante do navio, um jovem rapaz, qual dizia repetidas vezes:

"Ele jurou que viu imensas e lindíssimas pernas... _(mesmo atordoado dizia para jamais duvidar de um Capitão)"

Algumas pessoas acreditaram e muitas não deram nem ouvidos ao jovem marinheiro

Assim deste jeito, não duvidem! Porque ninguém resiste à lindíssimas pernas. Ninguém!

Nem o Capitão resistiu, quando teve o maior e mais excitante orgasmo de toda a sua vida. Assim também o último no tempo à bordo do Navio Titanic, qual afundou ao se chocar no Iceberg Pernas da Moça.