Engano

Era dia do aniversário de casamento de Mariana, ela levantou cedo, bastante animada pensando na festa do final do dia, foi ao mercado, comprou flores, enfeitou toda a casa, preparou a mesa com cuidado para não faltar nada, caprichou no cardápio, foi ao cabeleireiro, manicure e a noite pôs o vestido mais bonito para esperar o marido colocou o castiçal de velas e tudo mais.

Mas o marido demorava para chegar, já estava atrasado para o jantar; se atrasou no escritório pensava ela , com certeza é trabalho. Mariana esperançosa, de depois do jantar ainda restasse tempo para um programa. Afinal faz muito tempo que não iam a um teatro. Sim o Alberto chegou atrasado. Negócios importantes o prenderam no escritório até tarde, ela havia feito seu prato predileto, mas já estava frio, é bom feito na hora, suflê de maturi foi o que ele disse quando viu a mesa pronta, não podia sair depois do jantar, já tinha combinado com o sócio, mas disse a ela que não ficasse triste porque no dia seguinte lhe daria um presente.

Ainda lhe amava como antes. Só que comemorar aniversário de casamento depois de muitos anos não tinha graça, mesmo porque ele já estava muito velho para essas coisas de romantismo.Tinha recebido o telefonema do sócio, e saiu ao seu encontro. Mariana ficou muito triste, e a decepção por tê-lo esperado durante todo o dia, queria sua atenção um carinho, uma flor, um gesto que fosse, afinal aquele era um dia diferente e merecia uma comemoração.

Mariana queria se sentir feliz e compensada no ambiente do lar, e que lhe oferecesse um ambiente próprio para a continuação do casamento, e a felicidade dela e dos filhos.

Afinal, queria tão pouco.

Lídia Albuquerque de Souza