Os finais de semana para mim não são melhores que os outros dias, a não ser pelo descanso do trabalho, que nem é tão cansativo assim.

 

Estou de boa ultimamente, estou voltando a ser eu depois do ultimo barraco que aconteceu em minha vida (conto depois), mas ainda não sei o que fazer com meus finais de semana.

 

Isso acontece quando uma mulher casa-se cedo demais, não me arrependo disso, mas agora não sei o que fazer para aproveitar essa tal liberdade, minhas amigas estão casadas, e as “baladas” não são mais as mesmas.

 

Frequento o mesmo salão de cabeleireiro há muitos anos, a cabeleireira Nice e eu somos amigas pessoais, e estando em seu salão sempre no mesmo dia da semana, e normalmente no mesmo horário, acabei fazendo certa amizade com algumas de suas clientes.

 

Gosto em especial de uma delas, a quem chamo de “nega”, e a Nega estava fazendo aniversário, e nos convidou para uma reunião em sua casa para comemorar.

 

Eu nunca tenho convites para sair aos finais de semana, e não sei para onde ir sozinha, então, o convite para uma pequena comemoração era o role da vez!

 

Era algo simples, a Nega mora em apartamento, portanto nada de som alto ou muita bagunça, mas mesmo assim a companhia era adorável, com certeza seria uma noite agradável.

Me arrumei e esperei a Nice me ligar, íamos juntas depois que ela terminasse o trabalho no salão, mas ela se enrolou com suas clientes e me avisou que não iria mais.
 

Poxa!
 

Fiquei chateada, já estava na pegada de beber um vinhosinho e rir muito com aquelas doidas, mas tudo bem, eu iria me trocar novamente, comer uns doces e assistir TV.

 

A Nice ligou novamente, estava sem jeito por ter se atrasado, então me chamou para ir ao salão, ela estava com duas clientes e queria que eu fizesse companhia a ela, eu fui.
 

O André estava lá, amigo de pelo menos vinte carnavais, ele teve um romance com a Nice e de vez em quando o trombo no salão.

 

A Nice está namorando um cara legal e sabe que estou sozinha, me chamou em um canto:

 

 

 

Estava tarde para irmos para a pequena reunião da Nega, então o André nos chamou para tomar cerveja e não perder a noite.

 

Não tomo cerveja, mas isso não seria empecilho para aproveitar que eu estava arrumada e na pegada de sair.

 

 

Ainda bem que fomos, rimos demais, há tempos não ria daquele jeito, o André é um palhaço, a Nice tem um jeito inocente, e eu não perco uma piada, combinação perfeita!

 

Não estava rolando paquera, o André é incrível, bonitão e engraçado, meu número, mas somos amigos, seria como beijar meu irmão, mas ele não estava pensando da mesma forma, conversava comigo olhando o decote do meu vestido, e a Nice abaixava a cabeça e ria.

 

Quem diria que iria rolar um tremendo barraco naquele fim de noite!

 

Um cara de outra mesa, bêbado como um porco passou a nos olhar, olhava para a Nice e para mim, levantou-se e veio falar com o André:

 

 

 

O clima esquentou, a Nice ficou branca como papel, e eu me preocupei com a mesa em que o cara estava, cheia de marmanjos bêbados.

 

O cara estava caindo pelas tabelas, e mesmo assim quis discutir com o André, falava alto e chamou a atenção das outras pessoas do bar.

 

O André se levantou com aquela pose que chama para a briga, o cara nem deve ter se dado conta de que ele é grande e o peitou também, e então o barraco rolou solto, a Nice começou a chorar e eu me enfiei no meio dos dois sem noção de que se eu levasse uma bordoada de um daqueles caras eu iria acabar no hospital.

 

Vieram dois homens para afastar os dois, os amigos bêbados do cara não entraram na briga e logo a temperatura abaixou, pagamos a conta e fomos embora.

 

No caminho ainda estávamos rindo da Nice, e ela negou ter chorado.

 

Cada um para sua casa, o André ainda tentou algo comigo, mas logo se ligou que eu não estava a fim.