João da Silva em apuros

João da Silva em apuros.

Eu estava muito feliz, tinha passado num concurso público. Ia ser auxiliar administrativo na Prefeitura Municipal. Que orgulho!

João da Silva acreditava em si mesmo, há dois anos desempregado, estudava todos os dias para as provas dos concursos que tanto almejava. Qualquer um servia, queria estabilidade. Desemprego, nunca mais!

No seu primeiro dia foi aquela surpresa, funcionários falantes, felizes, na maior parte do tempo de bate papo.

Que diferença de meu último emprego, a gente nem podia olhar para o lado que vinha um supervisor chamar a atenção.

Deixaram-me em frente a um computador, afinal eu tinha curso de informática. Podia navegar a vontade, era a moça loira que dizia. Mas como? Ninguém ia achar ruim? "Nada. Aqui tudo é permitido. Quando tiver trabalho você faz, mas na maior parte do tempo é assim mesmo, só moleza."

Dois meses se passaram. João da Silva já fazia Requisições, Subempenhos, Planilhas de custos, Orçamentos, etc. Que coisa boa quando descobriram que ele tinha curso de contabilidade, iam poder relaxar, tinham alguém para fazer o serviço duro. No final do mês, Folha de ponto, CIs, Atestados, etc. João trabalhava feito uma mula. O chefe imediato até decidiu tirar férias, agora tinha alguém para substituí-lo.

-Tem certeza? Perguntou o Diretor. Olha lá. Disse o Prefeito.

-Tranqüilo, ele já faz todo meu serviço, vai continuar fazendo.

E lá foi para seu passeio nos Alpes Suíços.

João da Silva se saia bem. Se tinha dúvidas perguntava aos colegas.

Até que o Prefeito o chamou:

-João. Preciso que faça um orçamento.

-Claro excelência. O que vai ser?

-A Empresa NOCAUTE vai entrar em contato contigo. Pegue todos os preços e valores de materiais de construção.

-Que tipo de obra será?

-Você decide isso. Quero que saia uma nota de R$ 30.000,00. Isso por que preciso de R$ 20.000,00, mas o desgraçado do gerente só aceita se tiver 1/3 do valor.

-Não entendi senhor.

-Que merda! Não tem que entender, só fazer. Faça um orçamento e tire uma nota nesse valor em materiais de construção. Depois mande tudo para os trâmites legais e deixe o resto comigo.

-E quando vão entregar o material senhor?

-Isso não é de sua área. Deixe comigo que resolvo.

-Tudo bem senhor. Virou-se em direção à porta.

-João. Espere. Sente-se aí. Ele sentou a sua frente. –Aqui na Prefeitura é um bom lugar para se aposentar. Mas tem uma coisa. Para que sua velhice seja sossegada, dou a você o mesmo conselho que costumo dar a todos os novatos: Aqui você não ouve, não fala e não vê. Entendido?

-Sim senhor.

-Pode ir agora...

É, João da Silva estava mesmo em apuros.

Os dias foram passando a João ficava cada vez mais insatisfeito.

Ele trabalhava por cinco e cinco não faziam nada por ele.

Ana, auxiliar administrativo, entrava as 8:00h e saia as 14:00h, 6 horas diárias e ganhava R$ 1.500, 00 e mais 80 horas extras por mês, Paulo, auxiliar administrativo, trabalhava 6 horas por dia e ganhava R$ 1.500,00 mais 80 horas extras, o diretor vinha duas horas no máximo por dia, o chefe imediato quatro e da chefia ninguém sabia o valor do salário.

João da Silva trabalhava 8 horas por dia, sábado, domingo e feriado e ganhava R$ 500,00 e nenhuma hora extra. Tentou reclamar no sindicato, inútil, ou eram comprados ou incompetentes, aconselharam a desistir.

Pensou em largar o emprego, como sobreviveria?

Falcatruas, falsas licitações, grande soma de dinheiro corria por baixo do pano. Era assim a gestão do Prefeito Dorival Pinto.

Trabalhadores cumpriam suas horas de trabalho na sua mansão, pintores, pedreiros, faxineiros, motoristas, todos já faziam parte do dia a dia da família do meu patrão. E eu, enojado, mal comigo mesmo, decidi pedir transferência de setor.

- Quero trabalhar de gari...

-Pediu pra trabalhar de gari? Eu quero o divórcio.

-Mas muié...O importante é ser honrado. Prefiro o lixo das ruas.

-Divórcio. Se for trabalhar de gari eu to fora! Deixa de frescura homem! Entra no esquema deles. Já ta provado que quem participa só ganha.

-E minha honra?

-Fôda-se com sua honra! Honra não enche barriga.

Desistiu da transferência. Tinha que ter uma saída. Estava no limite.

-João...

-Sim Sr. Diretor.

-A partir de hoje você trabalha 12 horas por dia. Estamos com o serviço atrasado.

-Mas senhor...

-Sem desculpas. Eu sei que você agüenta. Você é o melhor funcionário que temos.

-Vou ganhar extra pelo menos?

-Ora, ora. Esse ambiente está corrompendo nosso melhor profissional? E o engajamento? Prometo indicar seu nome para a próxima promoção.

-Mas senhor...

-Sem, mas. Agora volte ao trabalho.

João sabia que promoções na atual gestão era assunto proibido. O Prefeito só promovia os parentes.

Quando chegou para trabalhar no dia seguinte a porta principal tinha sido arrombada...

Gavetas reviradas, papéis aos montes pelo chão

De repente, um barulho na sala da diretoria...

-O que você faz aqui João? Era o chefe imediato saindo apressado.

-O meu horário é as 7:00h. O diretor pediu que eu fizesse doze horas, das 7:00 às 19:00h.

-Justo hoje? Você tinha que levar tudo ao pé da letra? Hoje é sexta-feira, começasse na segunda.

-O senhor quer que eu chame a polícia?

-NÃO. Esqueça que me viu aqui.

-Claro...

-Você não entendeu. Se quer continuar com saúde apague esse nosso encontro da mente. Dê-me vinte e cinco minutos e chame a polícia. Ah, liga para a casa do Prefeito, do Diretor e para a minha casa também.

-Para a sua? Ele estava com medo do que iria ouvir.

-Em que planeta você mora João? Sim, eu sou o chefe lembra-se? Tenho que ser avisado do roubo.

-Mas...

-Não preciso dizer não é? Olhos que não vêem, ouvidos que não escutam e boca que não fala. Saiu e eu fiquei olhando para tudo, perdido, sem saber como agir. A coisa era muito séria. Eu já tinha ouvido falar de pessoas que sofriam atentados por falar demais. Onde eu tinha amarrado minha égua? Por que aquilo tudo? O que de tão valioso existia ali para ser roubado? A primeira vista nada havia sido levado.

Corri ao telefone e...

-Droga! Tinham levado o aparelho.

Chamei a polícia e ia respondendo maquinalmente a todas as indagações.

-O senhor deu falta do que especificamente?

-O aparelho de telefone. O aparelho de som. O aparelho de café...

-Aparelho de café? Olhou o policial espantado.

-Sim. Era usado para receber visitas no gabinete do senhor Prefeito.

-Onde estão seus chefes?

-Dormindo. Eu vou chamá-los.

-Não chamou ainda?

-Sim, quer dizer...chamei meu chefe, deve estar chegando.

-Com quem mais falou?

-Ninguém.

Ele estava todo atrapalhado, afinal era a primeira vez que passava por um roubo.

O chefe chegou e assumiu seu lugar para as devidas explicações aos policiais.

-O senhor pode nos dizer se falta algum documento importante?

-Com certeza. Só de verificar o arquivo que foi arrombado já adianto aos senhores: Isso foi crime político. Alguém levou documentos importantes referentes à contratos de Empreiteiras.

-Quem teria interesse em roubá-los?

-Ora policial quem? A oposição, os inimigos políticos, muita gente, ora...

Eu sabia que era lorota. Algo bem mais grave estava por trás disso. Eu ia ter que descobrir, ferrado por pouco, ferrado por inteiro, agora era tarde para fugir.

Naquela noite em casa tive minha primeira crise de impotência...

-Isso nunca aconteceu comigo. Dizia à mulher cabisbaixo.

-Não ligue querido. Isso acontece nas melhores famílias. Passa...

As coisas mudaram no escritório. Como num passe de mágica passei a trabalhar somente 8 horas por dia, de segunda a sexta e durante dois meses tive 80 horas extras somadas ao salário. No começo me senti mal com a situação, depois pensei: E as horas que trabalhei a mais sem ganhar nada? Era mais do que justo.

Os dias se passaram e pedi para retirar minhas horas extras, pelos meus cálculos já estava tudo pago. Ana me chamou de burro, Adolfo, de idiota. Enfim, o importante é que me sentia melhor assim, só com meu salário de fome.

O Chefe era uma pessoa arrogante, vez por outra humilhava o pessoal da limpeza, da cozinha, os porteiros, sempre menosprezando a todos. Um dia me chamou à sua mesa e disse:

-Refaça esse relatório. Está uma merda!

-O que o senhor não gostou?

-Tudo. Você fez um serviço de porco.

-Aponte os erros, por favor. Eu estava me segurando.

-Eu não mexo em lavagem de porco. Faça de novo. Jogue esse fora.

Foi instintivo. Meu punho se fechou e joguei-o para trás com um murro bem no meio do olho esquerdo. Foi um grito alucinante que se ouviu.

Todos vieram em seu socorro.

-Seu merda! Vai sair daqui por justa causa.

-Tenta doutor. Vamos, me demita.

-Cala essa boca seu verme.

-Quer outro? To morrendo de vontade de acertar seus dentes seu filha da puta. Quem pensa que é para falar assim comigo?

-Está me ameaçando? O chefe levantou-se e ficou ao lado do digitador, um negro de dois metros de altura.

-Façamos o seguinte chefe. Chame a polícia. Vamos resolver isso na lei. Eu bati em sua excelência, portanto mereço cadeia. Todos os criminosos merecem cadeia. Que tal? Vamos resolver isso na delegacia?

Ele ficou branco. Pela primeira vez lembrava do assalto. Havia esquecido que João da Silva sabia da armação.

-Não é caso para tanto. Eu reconheço que exagerei chamando seu relatório de merda. Você me pegou num mal dia. Vamos até minha sala resolver isso.

-Não doutor. Já esta tudo resolvido. O senhor esta sendo inteligente. Eu sempre o achei meio burro, to vendo que estava errado.

-Eu posso recompensá-lo por todo esse transtorno...

-Não é preciso doutor. Nem todo mundo respira grana nessa vida. Eu to bem do jeito que estou. Só quero respeito.

Mal sabia João que tinha assinado sua sentença. Estava ferrado, talvez não fosse apagado, mas um corretivo com certeza ia ter.

João foi para casa e escutou o que sua mulher dizia sobre o ocorrido com muita atenção.

-Meu querido, a bosta já está feita. Você não podia ter socado o homem, mas já que fez, vamos pensar numa saída.

-Acha mesmo que ele vai se vingar?

-Se eu acho? Tenho certeza. Essa gente não presta. Mas talvez você possa dar a volta por cima, vou pensar. Agora vá tomar um banho e esfrie a cabeça homem.

João passou a noite em claro. Tinha ouvido histórias malucas sobre queimas de arquivos durante toda sua vida. Agora parecia que conviveria com essa psicose. O casal não tinha chegado a nenhuma conclusão. Decidiram que nada deveria ser feito, iria esperar e rezar. O Prefeito estava enfrentando um processo instaurado por um dos vereadores da Câmara Municipal, o chefe como fiel cabo eleitoral não ia se arriscar a um escândalo nesse momento. João se apoiou nessa idéia.

No dia seguinte chegou ao escritório no horário de sempre quando reparou em um funcionário novo na mesa ao lado da sua. Era um rapaz claro, de uns 30 anos de idade, vestido com jaleco branco.

-Quem é a figura? Perguntou a Ana que estava a sua frente.

-O novo enfermeiro.

-Enfermeiro? Não sabia que viria um.

-Ninguém sabia. Parece que foi uma decisão de última hora.

-Para que precisamos de um enfermeiro em um escritório de contabilidade?

-Ora, sei lá. Pergunte ao chefe. Vai ver ele percebeu que a idade chegou. Deu uma risada zombeteira.

João estava intrigado. Era incomum trazer um funcionário novo assim tão rápido de outro setor. Estava acostumado ao serviço público e suas burocracias. Além do mais um enfermeiro. Muito estranho. Mais estranho ainda foram as perguntas.

-Olá. Sou Raul, você é o João, não é mesmo?

-Me conhece?

-O chefinho me deu as dicas. Vou fazer a ficha de todos por aqui.

-Para que?

-Precaução. Uma espécie de ficha médica. Temos que estar em plena forma para o serviço.

-Eu estou muito ocupado. Em outra hora respondo suas perguntas.

João se afastou e ainda pode ver o sorriso sarcástico do rapaz enquanto o acompanhava com o olhar.

A tarde todos iam embora e João ficava sozinho. Era o único que trabalhava 8 horas por dia. Agora tinha a companhia de Raul. Estava muito tenso com isso.

-Você é alérgico a algum medicamento?

-Por que quer saber?

-Para a sua ficha ora. Calma. To fazendo meu trabalho.

Peguei minhas coisas e fui para casa. Não ia trabalhar com medo de ser atacado a cada instante.

-Você fez mal, ele não ia fazer nada agora. Ia dar muito na vista.

-Queria ver você no meu lugar.

-Tenha calma, pense. Ele pode estar fazendo terrorismo apenas. Ninguém ia se sujar por um João Ninguém.

-Ora...

-João Ninguém, sim senhor. Pensa. É a sua palavra contra a de um político importante. Ninguém se suja dessa forma. Estão querendo te assustar.

-Tomara você esteja certa.

No dia seguinte o trabalho transcorreu normalmente e a tarde:

-Por que você fica tenso quando estamos sozinhos? Raul tinha um sorriso estranho nos lábios.

-Eu? Tenso? Não sei do que está falando.

-Não? Raul levantou e dirigiu-se até sua cadeira. João ia levantar mas o enfermeiro foi mais rápido e lhe deu uma chave de pescoço.

-Ai...Me larga! Que pretende?

-Basta uma forçadinha aqui e...

-Por favor...

-Calma João. Era brincadeira. Você está gelado. Raul tirou o braço e sentou-se a sua frente.

-Por que fez isso? João estava com o pescoço dolorido.

-Ora, Ora, vejo que já ficaram amigos. O chefe entrou de surpresa na sala e parou em frente a sua mesa. -Raul, venha até minha sala, por favor.

-Mas chefe, não terminei ainda a conversa com João.

-Esqueça tudo. Mudança de planos. Venha logo.

Planos? Então tinham combinado? Levantou-se e saiu do escritório rapidamente. Não ia esperar que saíssem da sala.

Em casa foi logo dizendo:

-Arrume suas coisas mulher.

-Como? Vamos viajar?

Contou rapidamente o que ocorrera no escritório e a mulher caiu na risada.

-Ora. E você ia fugir? Não seja ridículo.

-Iam me matar e me chama de ridículo?

-Acalme-se, por favor. Não soube das novidades?

-Do que está falando?

-Seu patrão, o Prefeito, foi cassado. Caiu!

-Como?

-Lembra da reunião da Câmara das terças-feiras? Foi a pouco. Foram 9 votos pela cassação.

-Agora estou começando a entender. Por isso o chefe falou de mudança de planos. Caralho! Iam me matar mesmo?

-Não acredito. Acho que combinaram para te dar um susto, só isso. Mas os últimos acontecimentos fizeram mudar os planos.

-Mas, e agora? Quem assume o cargo?

-O vice ora. Na falta dele, o Presidente da Câmara. Mas o melhor está por vir, escuta essa: Caíram todos os cargos de confiança.

-O Chefe e o Diretor?

-Sim meu amor. Vida nova. Você vai ficar livre deles.

João abriu um sorriso. Deus existia. Finalmente ia ter paz. Quem sabe a nova Diretoria colocava ordem naquele escritório e acabava com a roubalheira.

João dormiu como um anjo naquela noite.

No dia seguinte vieram os novos chefes e com eles uma penca de funcionários. Era normal, dizia Ana. Eles têm que ter gente de confiança, nós, bem ou mal, fazemos parte da turma antiga.

Os dias se passaram e João já era admirado pela nova chefia. Reconheciam que ele sabia tudo sobre administração.

-João. A partir de hoje você trabalha diretamente comigo. O novo Diretor anunciou. –Será meu assessor para assuntos burocráticos. Vou te dar um aumento.

Mais tarde João descobriu que o aumento era uma espécie de gratificação a parte, fora do salário.

-Ele está me dando 80 horas extras por mês. Isso está errado...

-Ora João. Não pode te dar um cargo comissionado, as ordens são para conter os gastos. Então a única maneira que achou foi te dar em extras.

Mais do que merecido. Disse Ana.

-Você acha?

-Claro que acho. Você trabalha feito um burro. Depois... Deu um sorriso maroto e continuou: Eu também estou ganhando 80 horas extras.

-Você? Por quê?

-Ora. Cada um trabalha da maneira que sabe. O novo Patrão gostou dos meus serviços. João fingiu não perceber o tom irônico da garota encerrou o assunto. Não queria saber de nada. Estava muito feliz com a atual situação, não queria que nada sujasse o clima de honestidade que tinha se instalado desde que o novo Prefeito assumira.

No dia seguinte recebeu a notícia de que ia ganhar uma casa. Meus funcionários têm que morar perto do serviço. Será descontada uma parcela simbólica do seu salário todo mês. Quando se aposentar já terá quitato a dívida.

No final do mês quando viu a parcela ficou boquiaberto:

-R$ 10,00! Dez reais não pagam nem o papel usado para redigir a escritura.

-Ora querido. E você reclama? A sorte bateu em nossa porta, sorria.

Sua esposa até remoçara. Novos vestidos. Dizia que agora tinha que se vestir com cuidado, afinal era mulher do assessor do novo Diretor Administrativo. Vendo a esposa tão feliz não disse mais nada. Talvez fosse muito radical em suas convicções.

Três meses se passaram e novo concurso aconteceu.

-Atenção pessoal. Esse é José Pereira. O nosso novo escriturário. Ele vai nos ajudar com o serviço. O diretor apresentou o novo funcionário aos colegas.

-Como vai José? Disse João.

-Vou bem. Muito feliz com essa chance. Meu sonho era entrar para o serviço público.

-Venha até minha sala, por favor. O Diretor apontou para seu gabinete.

-No começo o trabalho é duro. O salário não é grande coisa. Fazem-se muitas horas extras e nenhum adicional, estamos em contenção de despesas. Vai ter que vestir a camisa. Está disposto? Disse o Diretor.

-Claro senhor. Preciso muito desse emprego.

-Bom. Temos uma norma. Se segui-la será muito bem sucedido em sua carreira no serviço público: - De hoje em diante você não ouve, não vê e principalmente, não fala.

-Sim senhor. FIM

.

(Continua no próximo capítulo...)