MEU REINO DE ILUSÕES!


       Na infância aprendi a gostar de príncipes e princesas!
Meu Reino de ilusões começou a se formar, quando eu adentrava aos exímios castelos das princesas mais belas.
Naquelas visões magníficas,  a beleza, a sofisticação, o trato elegante do príncipe, dispondo de todas as suas forças, cortejava a princesa, para que todas as suas necessidades fossem saciadas.
Aquele não era meu Reino de ilusões, mais algo me fazia espelhar nele, todas as minhas reais expectativas.
A vontade ascendente de também fazer parte de um reino encantado de amor e acalentos.

 
     Todo aquele encanto tomava minhas emoções,  a beleza da princesa , as melodias que embalavam seus gestos e falas...

Sei que em meu Reino de ilusões não havia castelos semelhantes aos da princesa,  todavia eu buscava embelezar o meu lar, nas disposições de cores e objetos, que pudessem alimentar a minha alma, saciando seus desejos de aconchego.
 
      Mas, quantos não foram os meus enganos!
      Quantos dias e noites foram vazios e sem emoção.  Quantos momentos eu busquei um mínimo de atenção, de ousadia e conquista, para saciar o ego, a visão formada na infância, em castelos repletos de alegria e encantamento.

    Em determinado momento, sei que meu Reino de ilusões, começou a se desfazer diante de mim,  destacando uma realidade, que não vinha de encontro, ao que me fazia extasiada.
Quando despertei dos sonhos, deparei com os destroços do castelo, e todas as pré-concepções, da perfeição do amor, foi lançado a desilusão. Certamente, eu já não acreditava mais em contos de fadas,  nem na bondade do príncipe, nem via tanta beleza na princesa.
Num impulso de salvar algo deste Reino de Ilusões,  eu buscava nos locais mais secretos, algo que pudesse me afirmar, que o sonho poderia sim, ser realidade.

         Meu Reino de Ilusões,  como que num passe de mágica, reacendeu luzes dando formas a um jardim secreto,  de paz e silêncio.
Renascia então, diante das cinzas um local simplório, sem grandes facetas ou encantamentos, que pudessem ganhar minha atenção, por iludir meus olhos, em espetáculos de perfeições.
Neste jardim secreto,  neste meu reino de ilusões, ao qual aprendi que era necessário muita dedicação, para embelezá-lo a minha maneira.
De todas aquelas parafernálias que faziam parte da minha visão de vida,  reavivando meu Reino de ilusões,  em simplório jardim de encantos.
Aprendendo a zelar por meus reais valores, abdicando de antigos sentimentos, desfazendo nãos... Buscando nas incertezas, as respostas,  fazendo o melhor para que o Reino seja de alegria , não de desencantos.
Desfazendo aquela imagem errônea, que tudo tem que funcionar mecanicamente bem, sem se apegar a ideia, que a vida é baseada em perfeição. Mas , como arrancar da memória, uma simples imagem regada a felicidade?
 
     Voltando ao passado, ao adentrar aos reinos fictícios da imaginação, como desfazer aquelas imagens carregadas de errôneas ilusões?
Como resgatar no passado, aquelas ilusões cercadas de falsas imagens?
Sem desejar salvar nada deste Reino de ilusões,  permitindo que ele se desfaça na imaginação.
Permita que o jardim tome lugar, formando um cenário de reais valores, para possa firmar, unicamente a realidade da vida.
Todos os Reinos de ilusões devem ser revestidos de luta, e persistência. Nosso Reino de Ilusões, deve sim ter clareza! A ideia da felicidade de mentira, deve dar lugar a um Reino de metas, conquista e de satisfação.
A colheita de todas as sementinhas que plantamos,  não a ideia da felicidade, sem grandes esforços.

       Voltando ao passado... ao mundo de faz de contas!  Ao Reino de Ilusões projetado na memória.  Voltando ao tempo, resgatando nas profundezas da alma, as expectativas mais diversas. Superando obstáculos, desejos reprimidos,  desertos de incerteza,  seguindo adiante, sentindo-se em liberdade.  Resgatando sonhos, reavivando ânimos,  deixando de lado os caminhos intermináveis de tanto querer, sem saber  querer.
Voltando ao passado, limpando a alma de todas as tormentas, espantando os fantasmas, apegos, vícios e desassossego.
Eliminando da alma, todas as escravidões, aprendendo a dominar as impaciências, criando alternativas , sustentando os passos.
Voltando ao passado, aliviando os cansaços, entregando-se a sutileza de uma secreta harmonia.
Firmando os passos,  soltando o corpo a mente, levitando no espaço. Cheio de vivacidade, em ritmo alinhado.  Sentindo-se doutrinado, contemplado,  reconhecido, amparado.
Vencendo obstáculos, receios e desencantos. Aprendendo, entregando-se ao entendimento... Permitindo ser guiado, pela força do pensamento.
Voltando ao passado,  reavivando os mistérios insondáveis da alma, refazendo quimeras, alcançando plenitude e reacendendo sensações de satisfação.
Rompendo as neuroses, as ansiedades, a angustia da alma, os suplícios sem explicação. Rompendo o mundo irreal das Ilusões,  distanciando-se das imagens carregadas de desenganos.
Libertando o “Eu” das correntes de impaciencia, das existências sem explicação, das sensações de impotência, de todo o individualismo.
Envolvidos em plena consciência, em razão suficiente, com sentido de tempo e espaço, aliviando tensões, repressões e desequilíbrios.
Vencendo exageros, vontades camufladas de fraqueza de espírito. Destruindo sem receios, cada um dos recintos do castelo de brinquedo,  desapegando  de todo o mundo,  deste Reino de ilusões e falso pressentimento. 
            Voltando ao tempo de ociosidade, de descontinuidade e falta de atenção. Atravessando vales de apelos, sinistros e fantasiosos da imaginação. Resgatando nas horas de idealismos frustrantes, a resistência exclusivista dos conflitos.
Rompendo algemas, cativeiros, prisões e exageros.
Limpando a alma de todo e qualquer vestígio de ideias pré-concebidas, apagando da memória, toda a miragem doentia, dos Reinos e ilusões de mentira. 
         Renascendo para a realidade sem disfarces, sem imagens e
 felicidades irreais.

Robert Sheldon
Enviado por Robert Sheldon em 25/03/2013
Reeditado em 25/03/2013
Código do texto: T4207665
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