Noite
Conto: Noite :
Aquela noite seria inesquecível para Bruno , e ele iria se lembrar tempos depois, melhor seria dizer , pôr toda a sua vida.
Ele apresentava um aspecto enigmático , - como se em sua cabeça pairasse negras nuvens - como o tempo com inúmeros raios que entrecortavam o céu para transformarem - se em estrondosos e ruidosos sons.
Bruno andava feito autômato , seus pés iam pôr ruas conhecidas mas sua mente perdia - se em suas densas nuvens negras com seus raios , divagava na profundezas de seu ser.
As informações percebidas pelo cérebro percorriam o seu corpo , fazendo com que a taxa de adrenalina aumentasse rapidamente uma voz tenta adverti - lo dos acontecimentos mas os sons se perdem na noite .
A voz se sobressai e Bruno no início não a entende pois prosseguia pela rua estreita , mal iluminada , tinha apenas a ligeira impressão de ouvir algo.
De repente sem que percebesse , Bruno como que em transe pára , esforça - se ao máximo , aguça bem o seu ouvido e pressente o som de alguém ou alguma coisa enroscada no arame.
Ele sabe que é arame pois identifica o som. Uma pane se dá em seu subconsciente ,que ao transmitir ao consciente que reage em segundos , os batimentos do cardíacos aumentam , a respiração torna - se um tormento.
Bruno sente que vai cair no segundo seguinte já está no chão. A pane se estende, a pulsação aumenta , e atordoado ele escuta aquela voz , que , minutos antes pressentira , agora ela era clara e dizia :
-- ... se eu fosse você não iria pôr aí ....
A pane aumenta e espalha - se em seu ser, atordoado e ainda no chão , ele luta para obter controle total sobre si , seu ser consciente , ele olha para o céu , cada vez mais escuro , e aos poucos vai readquirindo controle sobre seu corpo e mente.
Bruno não se lembra da queda , pois reúne todas as suas forças e num esforço extremo e agora em semi consciência se vê de pé , olhando fixo para o céu ainda escuro e admirando aqueles raios , tenta andar , mas seus passos são lentos e sente dores insuportáveis em ambas as pernas e indescritíveis.
Bruno tenta olhar para suas pernas, mas não consegue e cada passo era insuportável apesar disso algo lhe dizia ande... ande.... e mais uma vez ele ouve aquela voz em seu cérebro , mas as palavras agora eram acrescidas por um pedido e um lamento.
-- Se eu fosse você, não iria pôr aí.
Bruno não entende o que se passa e começa a recuar passo a passo, pisando em suas próprias pegadas, outra vez aquela sensação de dor se apossa dele , aquele som de arame o faz parar pôr completo , ele olha para o chão e vê um corpo caído e ao olhar o rosto daquele ser estendido , fica confuso e totalmente alucinado cai então e perde os sentidos.
Horas mais tarde Bruno acorda num leito de hospital , rodeado pôr Isabel e Eli seus pais e pela doce Elaine.
Quando chega o doutor ,Otávio , perguntando , como foi que ele conseguiu realizar tal façanha , de enroscar - se todo no arame.
Já consciente Bruno explica o que aconteceu :
--Ao vagar pelas ruas, becos e ruelas sentiu - se perdido , sufocado.
-- Como que perdido -fala o doutor.
Bruno responde :
-- Eu estava andando sem rumo , sem pensar em nada e ao cair no chão da primeira vez , só senti a sensação de desconforto , ao ficar de pé e ir até um ponto qualquer à frente e depois retroceder sobre meus passos até o ponto da queda inicial , as dores eram intensas e insuportáveis, antes tentei olhar para minhas pernas e não via nada e ao chegar onde deveria ser o ponto inicial , onde eu caíra, olhei para o chão e vi um corpo caído, todo enrolado no arame , vi o rosto dele e me vi , vi que era meu aquele corpo e desmaiei.
Ele conta também sobre a voz de que tinham no avisado para que não fosse pôr ali mas não entendeu o recado a tempo.
Então o doutor Otávio lhe explicou:
-- Bruno, você teve um enfarte seguido de desmaio, ao cair o que aconteceu foi o seguinte :
-- Você estava andando sem rumo , tentando trazer , memórias do seu inconsciente e ao fazer isso ele reagiu pôr você . Provavelmente você entrou em transe hipnótico ( e neste estado de desligamento total ), sua aura se transportou adiante , isso explica a sensação de dores e peso nas pernas insuportáveis e logicamente não poderia olhá - las pôr que elas não estavam ali e sim à uns metros atrás de você.
Pôr isso o inconsciente o fez voltar passo a passo e ao entrar em contato físico , você consegue ver seu corpo no chão . Nessa hora , você foi socorrido pôr uma rota que te trouxe até aqui e ao entrar no hospital desmaiado, foi diagnosticado o enfarte e parada cardíaca, depois de receber o choque elétrico --a medida que se toma nestes casos -- seu coração reanimou e você voltou à vida.
Bruno diz:
-- Obrigado , doutor , hoje , melhor seria dizer que eu nasci de novo, muito obrigado.
Elaine, o beija ternamente, Elói e Isabel respiram aliviados , gratos a Deus pôr ter dado tempo , este tempo.
Escrito pôr : Nina mel