SEPTISSÍLABO
Eis mais um trecho de cantoria virtual, empreendida na comuna Metamorfose, Cordel e Poesia. Ele cobre um hiato de mais de mês e serve quase como um diário poético, porque se vai registrando o que rola. Memória, uma viagem, expectativa de vitória na Copa, tristeza pela perda, eleição e etc. Quem conhece a cantoria sabe que esses versos são quase sempre uma resposta a outro poeta, afirmação ou a continuidade de tema expresso. Boa leitura.
E quanto mais eu buscava
A linda fonte fluia
A antes dor de cabeça
Passou a ser alegria
Hoje canto meu Cordel
Sou feito abelha no mel
Um filho da cantoria
Consta do abecedário:
Seleção é seleção
Eu sei que há uma máfia
Mas não meço a razão
O Brasil é bom de bola
E disso fez boa escola
Quem fala é meu coração
Vou chamar a confraria
Pra torcer pelo Brasil
Fazer corrente de força
Pois ganhar é seu perfil
Vamos trazer essa taça
Pra nossa gente, com graça,
Pular e dançar febril
O IBIS escafedendo
Onde foi que se meteu,
O pior time do mundo?
Esse time só perdeu
Porém ficou tão famoso
E cada atleta 'charmoso'
Joga bem melhor que eu!
Ao jogo não resisti
Mas foi o da seleção
Sinceramente, amigo,
Não perco a ocasião
De ver filme, um livro bom,
Escrever, ouvir um som
Eis a minha diversão
Mamãe me dava aveia
Pra depois eu ir jogar
Na praia branca do rio
Brincava de me acabar
Eita que pelada dura
Só bom mel de rapadura
Para o corpo aprumar
Ajeitei meu documento
Pra jogar no Botafogo
E fiquei todo animado
Porém no primeiro jogo
Por pinga ter ingerido
Eu fiquei obstruído
Pra sair pedi a rogo
Pra ganhar algum dinheiro
Fui jogar no União
Cheguei dizendo ser craque
Fiquei na observação
Um gol sequer eu não fiz
E toda má língua diz
Que saí sem um tostão!...
Zé Dudu pôs-se a gritar
Cuidado, seu infeliz
Se você perder o gol
Eu faço como já fiz
Com o seu Lula goleiro
Tomo de volta o dinheiro
E quebro sua cerviz
Eu comi pão com atum
Com um bom chá de carqueja
Faço isso na manhã
Para que disposto esteja
Evito café e pinga
Porque a força não vinga
Se no sangue tem cerveja
Mas se eu pego amendoim
Com a boa rapadura
Uma aguinha de pote
Ai, meu Deus, que belezura
Vou comer no 'mei' do mato
Fico tirando o retrato
Da poética natura
E eu sou o teu conservo
Parnaso/religião
Queremos sua pureza
Beleza da Região
É consciente estar
Um ao outro exortar
Pra boa formatação
Em boa fonte se bebe
Informação é poder
O ato do exercício
Desenvolve o saber
Destampa a caixa da mente
Abre uma luz reluzente
Se o cabra quer aprender...
Pássaro novo no ninho
Que vem das terras do Sul
Iniciando o Cordel
Pincelando de azul
Sejas bem-vinda, Milene
Está no teu sangue o gene
De poética tribul
Irei lavar com sabão
A ficha desse político
Pra não fazer meu Brasil
Pequenino e raquítico
Vou candidatar poetas
Para atingir as metas
Deixar de ser paralítico
A seleção é regrada
Segue a padronização
Se vem dando resultado
Deixe a inquietação
Torça, sim, pelos meninos
Badalem mais de mil sinos
É nossa a coroação
No jogo dominical
Vamos é de três ganhar
Pobre Costa do Marfim
A derrota irá contar
"Porque a taça é nossa,
Com Brasil não há quem possa"
Somos mesmos de lascar!...
Vai agora minha idéia
Pra Elly, a poetisa
O Brasil, na sexta-feira
Dá em Portugal a pisa
Que vai ser de dois a um
Pois não escapa nenhum
Da sua mira precisa...
No futebol tem destreza
O Brasil profissional
Não há quem possa apagar
O fogo nacional
Portugal é derradeiro
Nosso Brasil é primeiro
Seleto e fenomenal...
Eu mais me dedicaria
A essa Comunidade
Se não tivesse no frio
De Porto Alegre, a cidade
Do grande Mário Quintana
E deste povo emana
Carinho e fraternidade
Cada pássaro cantor
Deve inebriar a terra
Com seu canto de beleza
Nós preterimos a guerra
Vamos declarar a paz
A amizade se refaz
Aonde o amor encerra
Pois a papuda ficou
Para trás, no meu passado,
Agora só tomo vinho
Do Portugal afamado
Se no futebol foi ruim
Quem conhece diz assim:
Na vinícula é amado...
Eu seria um peralvilho
Se não amasse vocês
Sou adulto e não estou
Assistindo a matinês
Nossa briga é cantoria
E o resto é alegria
Do bom humor sou freguês
Decantar é minha sina
O verbo e a natureza
Eu sou refém da paixão
Sou amante da beleza
Apologista da luz
Tomo leite com mastruz
Pesco peixe na represa
Comigo tem isso não
Eu confio no escrete
Ou vai na capacidade
Ou escapa no 'bufete'
O importante é chegar
Com a Holanda arrasar
Ficar mascando chiclete
Aproveite a invernada
E vá plantando feijão
Deixe a tristeza de lado
Pra não vir a depressão
Quatro anos preparando
Estratégias estudando
Para a nova formação
Se hoje eu não venci
Isto não pode deter
A minha capacidade
Minha sede de poder
E daqui a quatro anos
Está em meus nobres planos
De todo o mundo vencer
Eu, Ivan, Viana e Lemos
E o caro Jerson também
Seremos os candidatos
E o povo vai votar bem
Os poetas no comando
Tudo vai se ajeitando
Desde o nobre ao xerém
Desde os tempos remotos
É a mesma situação:
Homens fisiologistas
Vencem toda eleição
E eu fico a matutar
Ou não se sabe votar
Ou se gosta de ladrão
Lula está trabalhando
Com a ética e com paixão
Ele evita o preconceito
Elabora a razão
É mesmo um estadista
E a cada dia conquista
Mais respeito pra nação
O Brasil vai melhorar
E até aqui melhorou
Uma mulher presidente
Eis que o tempo chegou
São quinhentos e dez anos
Foi-se o tempo dos abanos
A mulher aquinhoou...