Lembremo-nos que somos eternos

Final de ano são dias muito difíceis para mim. Teve época em que eu chorava muito, me sentia terrivelmente só e não sabia o que fazer. Primeiro preciso contar que os natais de minha família eram feitos todos na tradição tipicamente Austríaca, com todo o encenamento de São Nicolau, com as velas acesas na árvore recheada de algodão para simbolizar a neve, com muita maçã, uvas e peras, além logicamente dos presentes.

Essa alegria foi assim até o ano de 1969, quando minha avó materna foi internada com câncer nos intestinos e minha mãe teve um acidente terrível, no mesmo ano, por conta do estresse a que estava submetida por conta da hospitalização da mãe. Eu demorei muitos anos para conseguir superar esta dor. Acho até que ela ainda me acompanha, e por isso não consigo escrever grandes coisas nesta época.

Peço aos amigos que me desculpem esta falha. Tenho tentado desde o começo do mês escrever alguma coisa feliz sobre esta época, mas a emoção toma conta de mim de tal forma que me fica impossível pensar direito.

Tentei então fazer uma mini-catarse, quem sabe assim eu consigo transmitir um pouco um sentimento bom. Minha mãe foi uma pessoa positiva, que pensava sempre nos outros e foi ela quem me disse: “a única coisa realmente importante na nossa vida é amarmos as outras pessoas”. Fiz desta máxima materna uma oração e procuro em tudo o amor, por que acredito que apenas nele nós podemos transmutar o nosso mundo e transformar a nossa vida.

O Natal é uma festa linda, um momento de confraternização, um instante sublime de encontro, que podemos transformar em benefício e paz. Vamos vibrar nos esquecendo de nossas dores, por que elas todos nós temos, mas se nos esforçarmos para nos esquecer pelo menos no dia santificado, podemos expressar uma esperança e o que é a vida senão esperança?

Neste final de ano, eu me proponho a esquecer a minha dor, e peço a cada um de vocês, que ampliem em muito a alegria em seus corações, vibrando pela eternidade, na força e no poder que existe dentro de nós, uníssono no mesmo diapasão excelso para a purificação de nossos sentimentos, abraçando com ternura todo o mundo e toda a humanidade.

Lembremo-nos que somos eternos, e que é na eternidade que nos encontramos com as almas queridas dos nossos sentimentos mais recônditos.