DISCUTINDO A EDUCAÇÃO DE UM POVO

DISCUTINDO A EDUCAÇÃO DE UM POVO

Sei que muitos discordarão de minhas afirmativas mas, com certeza, muitos também me darão razão. Num país ainda com 38 milhões de cidadãos analfabetos, onde o governo pouco preocupado com a educação do seu povo faz de conta que faz o máximo e

optou pelo caminho mais simples e mais curto, ou seja, aplicar a tal da “Progressão Continuada,” que nada mais é do que a orientação de aprovar o mais que puder, não se importando se realmente o aluno aprendeu as lições ministradas em aulas. Não discuto aqui se a tal da “Progressão Continuada” é eficaz ou não como modelo de Educação. Mas, da maneira como foi imposta e implantada, não tenho a menor dúvida que os seus resultados serão negativos. Pelo que li a respeito, se adrede bem preparado o campo e discutidos e estudados todos os pormenores com os professores e pessoal envolvido no projeto, acredito que o resultado seria, com certeza, satisfatório. Mas, no Brasil, infelizmente, as coisas não funcionam assim.

É profundamente lamentável esta orientação oficial que as escolas recebem! As conseqüências são imediatas. Por mais incrível que pareça temos, hoje, alunos cursando a OITAVA série e ainda não sabem ler e, muito menos, escrever. Não é como antigamente que os professores eram realmente valorizados, respeitados e impunham admiração e respeito, tanto dentro como fora da classe. Eram chamados de “Senhor professor fulano, Senhora professora ou Dona professora beltrana.'' Hoje, tratados simplesmente por “tios e tias”, desvalorizados pelos governantes e pela sociedade, não mais gozam do respeito e admiração que tinham antigamente e, o pior de tudo, é que muitos, por comodidade ou por medo, não conseguem impor a disciplina em classe entre seus próprios alunos.

O resultado de tudo isto já está sendo colhido, quando vemos os péssimos resultados obtidos pelos alunos quando fazem os exames obrigatórios ou não que as entidades oficiais promovem, dizendo que tais exames são para avaliar o ensino das escolas e melhorar o seu aproveitamento.

Desde pequeno que ouço e leio que o “Brasil é o país do Futuro.” Mas que futuro é esse que nunca chega? Dessa maneira não vai chegar nunca. O que podemos esperar dessa juventude mal preparada culturalmente? A juventude é a esperança do futuro da nossa Nação. E nesse contexto, que futuro podemos esperar? -- Sombrio, certamente.

Ouço muito que falta motivação para os alunos se conscientizarem que é preciso estudar e se preparar para o futuro e que os professores, desanimados e acomodados, também desmotivados, como vão motivar os alunos?

Vemos pela Televisão, vez por outra, surgirem aqui e ali alguns professores abnegados que inovam na maneira de ensinar, trazendo para serem discutidos em aula os acontecimentos corriqueiros do dia – a –dia locais, aplicando-os em todas as disciplinas ensinadas, tendo sido os resultados muito satisfatórios. A televisão mostra as reportagens e ninguém toma conhecimento: nem a imprensa falada e escrita, e, muito menos ainda o governo. Desta maneira o assunto morre como nasceu e tudo continua como dantes.

Nessas condições e neste contexto a Televisão colabora com um mínimo de informações e procura mostrar, ensinar e discutir um pouco nossa formação e cultura.

Desnecessário é dizer que nem tudo o que a Televisão mostra e discute seja inteiramente útil e sirva para formar e sedimentar a nossa cultura para a vida.

A propósito, assistindo o capítulo da novela “A Preferida,” que foi ao ar em 15/11/08, quando estavam sendo discutidas as relações entre marido e mulher em dois casos diferentes, ví dois finais diferentes que julguei apropriados e de acordo com os textos apresentados. No caso do casal Gonçalo e Irene (representados pelo ator Mauro Mendonça .e Glória Menezes, o casal discutiu o assunto e, considerando os tantos anos juntos, a traição cometida pelo Gonçalo e que a sua esposa Irene agiu sob a pressão do desgosto da traição e, mesmo assim não traíra o marido, resolveu-se que seria passada uma borracha em tudo e o assunto teria um final feliz. Quando o casal reuniu a família para comunicar a solução, ao fazer o brinde de comemoração o Gonçalo foi muito feliz ao propor o brinde com estas lindas palavras: “Ao amor, à compreensão e ao perdão.”

Quanto ao final do outro caso do casal Copola e Iolanda (representado pelo ator Tarcisio Meira e atriz Eliana Giardine, embora a solução do caso tenha sido a mais apropriada, não concordei com a frase que o Copola usou para justificar a separação: “Tudo o que começa um dia acaba “(referindo-se ao amor entre o casal.)

Embora a separação fosse necessária, já que a esposa se sentia sempre infeliz e não confiava mais no marido, a frase dita pela ator foi muito infeliz: “ Nem tudo o que começa um dia acaba,” principalmente se o amor era verdadeiro e fiel. Essa frase me pareceu muito moderninha e subjetiva, mais ou menos igual àquela que diz: “Que seja infinito enquanto dure,”(que me perdoe o querido poetinha Vinicius de Morais -- neste caso já prevendo que não vai durar muito.)

Enfim, de uma maneira ou de outra, a Televisão ajuda e completa a Educação dos cidadãos, discutindo assunto do cotidiano e ensinando os procedimentos corretos na vida real.

Narciso de Oliveira
Enviado por Narciso de Oliveira em 25/11/2008
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T1303142