O caso do defunto que escreveu
O defunto escreveu. O homem estava morto e assinou papéis. Um fazendeiro daquela região era senhor da muitas terras, terras que compreendiam das proximidades de Tacaimbó até a Fazenda Nova e São Caetano.
Tendo um amigo que muito freqüentava sua casa, o fazendeiro dizia sempre a esse amigo que deixaria seu patrimônio para uma pessoa de sua confiança, era uma boa preta que prestava serviços em suas terras desde sua ida (dele). Para a Fazenda. A boa preta receberia, por merecimento, aquelas terras. Preparou a documentação e disso deu noticio ao citado amigo. Acontece que faleceu antes de terminar a feitura dos documentos. Um dos seus empregados levou a notícia que o fazendeiro estava morto. Era noite quando o amigo chegou na fazenda. Mandou fechar as porteiras e proibiu a entrada e saída de qualquer pessoas até que chegasse o escrivão.
- Que goras tem ai, divino?
Perguntando, o serviçal respondeu:
- Onze horas da noite.
Vinte e duas horas do acontecido.
O escrivão, conhecedor da história, pediu ajuda, pegou da mão do defunto e assinou a escritura. Proibido foi que se falasse de tal assunto.
Tempos depois, o escrivão, autor da proeza, comentava:
- Parecia que o defunto era sabedor do que estava acontecendo.
Por este motivo os nossos irmãos pretinhos sempre tiveram gados, terra e farto recurso de subsistência naquela localidade.
Tacaimbó
Nossa terra
Nossa gente