O Pernilongo (Crônica/Ficção)
Vive em meu apartamento, um pernilongo, tão sanguessuga, que parece até um vampiro. Quando chego em casa e tiro à roupa, ele vem logo me dar boas vindas, com uma sutil picada, sem escolher o lugar. Às vezes, visto correndo o pijama verde, de calça curta, para ver se me livro dele, mas mesmo assim ele ainda, me acerta. Eu me coço e logo aparece um “calombo” avermelhado, que às vezes reflete nas pernas, na mão ou no pé. Já que tentei sufocá-lo com uma esponja úmida, porém ele consegue sempre escapar, isto acontece quase todo “santo” dia. Ele é muito espertinho. Às vezes está pousado em um lugar na parede da sala e, quando me levanto para pegar a esponja, ele percebe minha manobra e muda logo de lugar. Ainda bem que sua morada é só na minha sala. Já pensou se ele resolve se mudar para o meu quarto e ficar cantando no meu ouvido, à hora em que eu for dormir! Eu acabaria perdendo o sono e seria obrigado a escutar a sua “Serenata de Amor”... sem fim.
Enfim, ele não deixa de ser uma companhia e, um mui e leal amigo.
Em memória de Jayme Delamar