O IMPORTANTE É QUEM ESTA ESCREVENDO?
Lendo algumas crônicas não necessariamente famosas, mas de autores famosos, coloquei-me a subjugar levemente os leitores – pela quantidade lida de cada texto.
O que faz o texto de uma pessoa mais conhecida ser tão diferente de uma pessoa anônima?
Tudo bem que é interessante você ler sobre o que Miguel Falabella fez num determinado momento, o sorvete que ele acabou de tomar, o seriado que ele fez questão de comentar e como ele formula seus pensamentos no papel, enfim, o que se passa em sua cabeça. Assim como o mundo interior e fascinante da cabeça de Paulo Coelho, Arnaldo Jabour, dentre outros.
Agora mesmo poderia descrever o que fiz hoje, o que comi ou descrever um determinado momento fascinante que ocorrei hoje, mas quem ligaria? Qual o impacto desta crônica comparada a uma pessoa mais conhecida, até mesmo uma pessoa mais conhecida que eu e menos que o Pedro Bial.
Li tantas crônicas “anônimas” realmente interessantes, simples e objetivas, que te levam a filosofar e questionar sobre o determinado ocorrido redigido, e para mim tem o mesmo impacto que outras crônicas - poesias, contos, etc. também – lançados.
Será que as pessoas até procuram algo mais alternativo, mas preferem dizer: “Hoje li um pouco de Goethe, Shakespeare e algumas Crônicas De Luiz Fernando Veríssimo”. Ao invés de falarem: “Li algumas crônicas e poemas de Rafaela Malon e Fulana aparecida”.
Obviamente uma pessoa que têm o hábito de ler se torna mais comunicável e eleva sua inteligência, mas isto ocorre apenas com pessoas familiarizadas com Shakespeare e Machado de Assis?
Ainda tenho esperança que os escritores de Secção desconhecida tenham suas obras colocadas carinhosamente numa estante da frente, onde a poeira é rigidamente tirada todos os dias, ao lado de quaisquer outros trabalhos, de qualquer classe reputada.