SACO É UM SACO

No dia 23 de junho próximo passado, o Ministério do Meio Ambiente lançou a Campanha para o consumo consciente de sacos plásticos, que já atinge a marca alarmante de 12 Bilhões no Brasil e UM TRILHÃO em todo o mundo. Com o apoio da rede de Supermercado Wal-Mart e com o lema: SACO É UM SACO, o Senhor Ministro Carlos Minc lançou a Campanha no Rio de Janeiro.

À guisa de informação, os sacos plásticos substituíram os sacos de papel Kraft nos Supermercados brasileiros na década de l980, após um período de escassez de celulose e logo caíram nas graças do consumidor e do comércio, por serem mais baratos e práticos. Esses sacos plásticos passaram a ter mil e uma utilidades e seu consumo cresceu assustadoramente.

Quando pensamos nesses sacos plásticos lembramos sempre dos Supermercados que os oferecem para embalar as nossas compras. Entretanto, os Supermercados não são os únicos difusores desse material para acondicionar o produto comprado, pois todo o comércio varejista utiliza esse produto como embalagem.

O Ministério do Meio Ambiente estudou a utilização dos bioplásticos ou plásticos biodegradáveis, mas seu uso foi desaconselhado porque, embora se desintegre aparente e rapidamente no solo, seus resíduos nocivos permanecem invisíveis no meio ambiente.

A preocupação do Ministério do Meio Ambiente deve ser também a nossa preocupação, pois as estatísticas informam que só no Brasil são consumidos 12 bilhões de sacos plásticos por ano e, no mundo todo, são distribuídos UM TRILHÃO de sacos plásticos. É fácil imaginar o enorme transtorno causado ao Meio Ambiente, se considerarmos o montante de sacos plásticos utilizados durante apenas 10 anos, ou seja: 10.000.000.000.000 de sacos plásticos que serão acumulados nos lixões do Planeta.

Esse material leva 400 anos para se desintegrar na Natureza e, além disso, o uso desse plástico descartável em excesso resulta no acúmulo de lixo que vai infestar as cidades, os rios e os mares, matando animais que os engolem confundidos com o alimento e demandando enormes fortunas de Governos que queiram fazer a limpeza desses resíduos.

Depois que em casa guardamos as compras, esses invólucros vão para o lixo e irão causar enormes prejuízos para o Meio Ambiente. Como são muito leves, são levados pelo vento e entopem os bueiros e galerias pluviais, causando enormes riscos para a população que sofre com as enchentes, onde perdas imensas de móveis, utensílios e viveres acontecem e até vidas humanas são ceifadas sem a mínima comiseração.

É preciso levar para a sociedade o maior volume de informações, para que o consumidor, na hora de decidir, não recuse apenas o saco plástico oferecido pelo Supermercado ou pelo Comércio em geral, mas pratique um gesto de transformação de costume. Esses sacos plásticos não são os vilões da história e nem nós somos os vilões. Estamos todos incluídos na necessidade de repensar nossa forma de viver e encarar os problemas que atingem o Planeta. Esses sacos plásticos poderão continuar a existir, desde que nós, seres humanos, saibamos usá-los com consciência, reduzindo ao máximo o seu uso e o encaminhando para a reciclagem quando ele não puder mais ser usado.

Para evitar o agravamento da situação, alternativas existem e dependem apenas da conscientização da população que deve abrir mão do comodismo e fazer ou comprar as sacolas retornáveis para acondicionar as suas compras, recusando os sacos plásticos oferecidos pelos Supermercados.

Vamos reduzir o consumo desse material, reutilizá-lo e recusá-lo sempre que possível, para o bem de todos, para a cidade, para o Planeta e para o futuro.

Narciso de Oliveira
Enviado por Narciso de Oliveira em 05/08/2009
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T1738351