O CAMINHO DO OURO
Marília L.Paixão



Essa noite eu tive um sonho horrível. Sonhei que tinha entrado numa sala de aula acompanhada de uma senhora com aparência dos melhores conventos. A ouvi me apresentando: - Essa é a Marília, a nova professora de francês de vocês. E todos os olhares de inúmeras mulheres diretinhos em meu rosto, corpo e cara que queria morrer. Frances?! De onde eu ia tirar francês para aquelas mulheres?! O francês que eu sabia era o que tinha aprendido com Beatriz Cruz e no meu sonho o nome dela estava certinho com tudo que de francês eu sabia: Merci, merci.

E no sonho eu fugi antes dos cumprimentos. Fugi antes de dar coragem à língua pátria para dizer que a minha língua era outra de domínio ou de passagem. Mas francês era outra paisagem. E estava eu lá fugindo pela floresta em busca de Dagger. Ele tinha que me acordar daquele sonho. Até a floresta me fazia lembrar os quadros de Vanice Ferreira, mas lá estava ele sorrindo feito um bom menino.

- É sonho sim!
– Você tem certeza?!
- Claro que eu tenho!
Se você soubesse francês eu também saberia.

Sim. O pesadelo tinha acabado. E para o fim de todas as incertezas a sua voz com carinha mais linda:
- Você me leva para andar de bicicleta de novo?
- Levo você a onde quiser, até encontrarmos o caminho do ouro
- Mas este caminho são todas as manhãs contigo!
Os olhos de Dagger eram uma fonte interminável de brilho ( reparei )
- Você é mesmo um lindo menino.

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 08/08/2009
Reeditado em 08/08/2009
Código do texto: T1742992
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