E FOI ASSIM QUE A BRIGA COMEÇOU

Estanislau era uma pessoa temperamental e de pavio curto. Às vezes, bastava uma brincadeira mais irritante dos seus amigos de bairro para ele demonstrar seu mau humor e seu nervosismo.

Por causa do seu gênio forte, pouca disposição para o trabalho, mau humor costumeiro e sempre reclamando da vida, fora despedido do seu emprego. Como não era muito de trabalhar, passava a maior parte do seu dia no boteco da esquina. Procurar outro emprego, então, nem pensar, pois sua mulher trabalhava fora e ganhava o suficiente para que sua família não passasse fome.

Seus amigos que já conheciam o seu temperamento irritadiço estavam sempre por perto e prontos para desfazerem um mal entendido e apaziguarem as animosidades existentes.

Um dia apareceu naquele bar um indivíduo com as mesmas qualidades negativas do Estanislau e já estava se enturmando no grupo. Conversa vai, conversa vem, uma brincadeira inocente aqui e outra mais pesada ali, e o Estanislau foi ficando cada vez mais irritado com o procedimento inconveniente do forasteiro. Qualquer palavra ou conceito mais ríspido poderia acabar em briga entre Estanislau e aquela pessoa estranha àquele meio. Os amigos de Estanislau já estavam preocupados com o rumo que as conversas iam tomando.

De repente, sem que ninguém esperasse, o forasteiro bateu de frente com o Estanislau, dizendo-lhe, com todas as letras:

- Você parece que não gosta muito de trabalhar e passa todo o seu dia aqui neste boteco, não é verdade? A reação foi imediata.

Estanislau, vermelho feito um peru e no ápice da sua cólera, partiu para cima do seu interlocutor e respondeu:

- Quem é você para querer me enfrentar dessa maneira?

Os amigos de Estanislau acorreram para evitar que mal maior acontecesse, mas já era tarde. Encolerizado, soltando fogo pelas ventas, Estanislau exclamou:

- Ninguém se mete. Esse imbecil afrontou a minha dignidade e ninguém tem nada a ver com isso. E foi assim que a briga começou.

Este texto faz parte do Exercício Criativo: E Foi assim Que a Briga começou.

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Narciso de Oliveira
Enviado por Narciso de Oliveira em 16/10/2009
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T1869340