Tempestade

Ontem a chuva acabou com o meu futebol...

No início muito desagradável, pois este futebol semanal tem se tornado uma bela válvula de escape das acumuladas questões semanais masculinas, stress de trabalho, demonstrações de força, virilidade, etc, para depois resultar na reconstrução da cadeia de radicais só encontrados na fórmula da cerveja combinada com a polentinha frita quinta-feirina.

Mas a demonstração de força da natureza ontem prevaleceu sobre qualquer de nossas vontades, pessoalmente eu gosto de tempestades e acho tudo muito belo, trovoadas, ventos, chuva...

Mas fiquei ontem a observar a reação das pessoas e tal a sua preocupação com os seus familiares, com suas casas, com seus pertences.

Olhares preocupados. Rostos aflitos querendo logoir para seus lares, antes mesmo do temporal ceder.

Sabemos que nosso clima ora desordenado é reflexo dasatitudes que a humanidade teve para com ele no passado, e que o desequilíbrio atual está ainda amumentando de intensidade.

Seber que essa manifestação toda só está no começo faz com que nos alertemos e que é chegada a hora de olhar cada passo que dermos com mais responsabilidade. Durante anos o homem buscou conquistar espaço sobre os elementos, sem critério, sem respeito, quando na verdade cuidados básicos poderiam ter proporcionado menos agressões à natureza.

Invadimos as calhas e as bacias de contribuição dos rios, resultado: deslizamentos, enchentes, prejuízos naturais e financieros. Simplesmente por que queriamos estar mais perto das coisas.

Aterramos mangues, baias, enseadas, tiramos espaço da natureza, mudamos montanhas de lugar, construimos paraísos no deserto, impermeabilizamos extensas faixas de terra com asfalto, queimamos combustíveis fósseis, aquecemos o ar, a água, aquecemos o mundo!

Preço? Nossa própria sobrevivência.

Existem uns poucos abenegados, tentando salvar o mundo, mas agora é uma questão de consciência coletiva. Pequenos atos isolados não resolvem mais. E mesmo qualquer atitude que se venha tomar agora só resultara em alguma modificação em pelo menos 50 anos.

Motivos para tentar: Todos!