A MORTE DE UM MITO

O nosso Joaquim foi um homem de luta, grandeza de espírito, amante de sua terra e da região. Conservou um universo de amigos e companheiros que choram, derramando lágrimas que as transformam as de rosas que significam as despedidas de uma ausência que nos deixam saudades. O 16 de Março de 2009 amanheceu para nós, tacaimboenses, mais triste, mais pobre e mais sofrido. Um certo ar de incredulidade e um profundo sentimento de perda tomou conta de todos nós e tornando-nos silenciosos e inconformados diante de nossa orfandade.

Tivemos que forçosamente nos despedir de um dos mais ilustres e corajosos que essa terra pôde produzir em sua história Dr. Joaquim Antônio nos orgulhou e nos contagiou com seu idealismo, sempre foi um visionário que a despeito de tudo, acreditava em mudanças.

Se um pai ficou sem o filho, os filhos sem um pai e a esposa sem companheiro, Tacaimbó inteira ficou sem aquele que amava, incondicionalmente seu povo para além do que a mente humana possa mensurar.

Homem culto, pai extremoso, esposo cuidadoso e amigo leal, o seu valor histórico jamais pode ser negado porque seria um desrespeito e uma afronta à história e um ato de injustiça, além de covardia para com o cidadão que soube usar com maestria os sentimentos de humanismo e imparcialidade. Possuidor como poucos da arte da retórica, seus discursos eram sempre inflamados e persuasivos e seu poder de convencimento era invejável. E talvez tenha sido por isso que construiu uma carreira política sólida, elegendo três sucessores e, mesmo não estando mais no cargo de prefeito(dois mandatos) que somam mais de 10 anos foi, sem sombra de dúvidas, um político escola que deveria ser imitado pela sua capacidade de costurar acordes em nome do melhor parta Tacaimbó.

Admiradamente apaixonado por política, não foi à toa que ouvimos de toda população em tom de lamento que “nossa terra perdeu o seu maior patrimônio político”.

Óbvio que pessoas como Joaquim Antônio, estrategista político exemplar, fomenta desafeto e ódio, de alguns em determinado da admiração e do respeito da maioria. E não haveria de ser diferente, posto que os homens ainda não venceram o pecado capital da inveja. Mas, com toda certeza, todos os que se acovardaram diante dele só conseguiram com isso tornar público seus medos de serem preteridos a ele. Sua postura nitidamente grande, responsável e consciente, fará com que seu exemplo de homem público influencie e se perpetue entre seus admiradores. E seu legado de coragem e Repúdio a qualquer ato de covardia nos lembra as palavras do grande filósofo MONTAIGNE: “conhece-se um homem pela sua covardia diante da morte” e nem na morte Dr. Joaquim Antônio foi covarde, tendo lutado pela vida até o último minuto.

Se for verdade que Deus chama primeiro os seus eleitos, decerto Joaquim estava entre estes e Deus apenas o transferiu por ter precisado dele em outras dimensões, afastando-o do nosso convívio. E, “se aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós, não cabe aqui dizer-lhe “adeus”, antes “até breve”, afinal, os mitos são imortais. E mesmo que agora estejamos sendo castigados pela dor da perda, do desamparo e da orfandade, cremos que as tintas do tempo tratarão de imortalizá-lo na galeria de nossa memória para sempre.

“E que aprendemos com Dr. Joaquim uma última lição: o que se leva da vida é a vida que se leva”.

Homenagem ao Dr. Joaquim Albuquerque feita por Mônica Celmar Albertin, ”em memória”.

Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 07/12/2009
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